A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (17) a oitava fase da Operação Lesa Pátria, como resultado das investigações em curso para identificar indivíduos que participaram, financiaram ou incitaram atos antidemocráticos que resultaram na invasão, vandalização e destruição do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro.
De acordo com a instituição, esta fase envolve a execução de 32 mandados de prisão preventiva e 46 de busca e apreensão em dez estados: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.
A primeira fase da Operação Lesa Pátria ocorreu em 20 de janeiro deste ano, com o objetivo de investigar supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Os mandados de prisão e busca e apreensão são parte dos esforços contínuos da PF para levar os responsáveis pelos atos violentos à justiça. Os alvos incluem pessoas que participaram diretamente dos atos, bem como aquelas que financiaram ou fomentaram a sua realização. As investigações são conduzidas com rigor e com total respeito ao Estado Democrático de Direito.
A PF reitera seu compromisso com a investigação e a repressão de qualquer forma de violência ou ataque à democracia e às instituições democráticas. A operação visa garantir que os responsáveis sejam responsabilizados pelo seu comportamento criminoso e que a ordem constitucional seja preservada.
Balanço
Até a deflagração da sétima fase em 7 de março, a ação da PF na Operação Lesa Pátria era temporária e já havia resultado na execução de 29 mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 109 de busca e apreensão. Os números foram sendo atualizados e a PF em breve deve divulgar os dados mais recentes.
Sete inquéritos foram instaurados para investigar os fatos e as responsabilidades: três específicos contra parlamentares que participaram dos atos, um contra financiadores, um contra autores intelectuais, um contra os executores materiais e outro contra as autoridades do Distrito Federal, incluindo o governador Ibaneis Rocha, que foi afastado do cargo, o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres e o ex-comandante-geral da Polícia Militar, Fábio Vieira.
Além das prisões preventivas realizadas durante as diversas fases da Operação Lesa Pátria, um total de 2.151 pessoas suspeitas de participar dos atos foram presas entre 8 e 9 de janeiro no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército em Brasília. Dentre eles, 294 (86 mulheres e 208 homens) permanecem no sistema penitenciário do Distrito Federal, enquanto os demais foram soltos por não representarem mais riscos à sociedade e às investigações.