A partir da difícil experiência do isolamento e da solidão, vivida durante a pandemia, o coreógrafo Renato Vieira sentiu a urgência de criar um espetáculo que inspirasse o desejo de liberdade e celebrasse a importância dos encontros. “Suíte Rock – Para loucos e amantes”, que estreia, dia 7 de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil, tem o desafio de juntar em cena bailarinos e músicos em novas expressões artísticas que reflitam sobre as relações e desejos que surgem em um mundo pós-confinamento.
Com direção de Renato Vieira e codireção de Bruno Cezario, a obra inédita da Renato Vieira Cia de Dança dá continuidade à pesquisa do grupo, que frequentemente mistura elementos eruditos e populares. Desta vez, sucessos de Led Zeppelin, Supertramp, Pink Floyd, Queen, Sting, R.E.M e The Rolling Stones, executados ao vivo por um quarteto de cordas, celebram a união entre o rock e a música de concerto. O projeto é patrocinado pelo Banco do Brasil.
“Em todo mundo as ruas ficaram vazias, e as pessoas, dentro de casa, cheias de arte. Estar em um mundo em suspensão e ouvir o acorde de um celista me fez transbordar num infinito de emoções. Daí a urgência de criar um espetáculo pós-confinamento que sirva para aguçar o som poético de um acorde de um violoncelo, um violino, um movimento, uma sequência coreográfica”, explica Renato Vieira.
A proposta é transpor um repertório de clássicos do rock dos anos 70 e 80 para um quarteto de cordas. No entanto, em vez de um quarteto clássico, com dois violinos, uma viola e um violoncelo, o espetáculo conta com um violino, uma viola e dois violoncelos. Um dos violoncelistas aposta em um estilo que flerta com o rock’n’roll – ele usa pedais, distorção, efeitos variados e toca o violoncelo como se fosse uma guitarra. Ora ele toca da forma clássica, ora como um guitarrista ou um baixista de uma banda de rock. “Várias orquestras pelo mundo já fizeram essa transposição, criando espetáculos de rock com sinfônicas. Nossa proposta é levar essa transposição para o corpo, para a dança. Nossos bailarinos trabalham o corpo com a técnica do ballet clássico, e a criação coreográfica é contemporânea”, explica Renato Vieira.
Renato Vieira dirige há mais de 30 anos a companhia de dança que leva seu nome, sempre movido pelo desejo de pesquisar uma linguagem de movimentos que leve à cena o que conceituou como sendo dramaticidade da condição humana. “Para mim, o mais importante deste espetáculo é estarmos juntos, criando coreografias e misturando músicas com propostas de novos arranjos. Essas escolhas musicais fizeram parte de uma grande mudança de comportamento, pensamento e atitudes na minha adolescência. Então, estou também revolvendo um passado em que o rock estava intensamente na minha vida, podendo unir minha linguagem erudita à liberação presente naquela fase”, detalha o coreógrafo.
Sobre Renato Vieira
Renato Vieira é figura importante em diversas áreas da cena contemporânea. Começou sua carreira com o lendário Lennie Dale, dançou com Dalal Achcar, fundou o Vacilou Dançou com Carlota Portella e, no final dos anos 80, criou a Renato Vieira Cia de Dança, com espetáculos de sucesso como “Terceira Margem”, “Rizoma”, “No me digas que no”, “BLUE bonjour tristesse” e “Malditos”. Como coreógrafo convidado assinou peças para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Teatro Guaíra, o Teatro Municipal de Niterói, o Balé da Cidade de São Paulo e para a Cia de Dança de São José dos Campos, onde acumulou o cargo de diretor. Assinou mais de 40 espetáculos como diretor de movimento, em parcerias com Gustavo Gasparani, Pedro Brício, Claudio Botelho e Charles Moeller, Wolf Maya, entre outros. Assinou a coreografia de Abertura dos Jogos Pan Americanos. Foi durante 10 anos coreógrafo da Comissão de Frente da Escola de Samba Grande Rio, coreografou a Comissão de Frente da Portela e da São Clemente.
Pelo conjunto de sua obra recebeu, em 2004, o Prêmio Icatu Holding, com uma residência de seis meses na Cité des Arts, em Paris, França.
Sobre o CCBB RJ
O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona na 2ª, 4ª a sábado, das 9h às 21h, no domingo, das 9h às 20h, e fecha na terça-feira. A entrada do público é permitida apenas com apresentação da comprovação de vacinação contra a COVID-19. Não é necessária a retirada de ingresso para acessar o prédio, os ingressos para os eventos podem ser retirados previamente no site eventim.com.br ou presencialmente na bilheteria do CCBB.
FICHA TÉCNICA:
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil Direção geral e coreografia: Renato Vieira Codireção: Bruno Cezario
Bailarinos: Bruno Cezario, Soraya Bastos, Felipe Padilha, Hugo Lopes, Rafael Gomes Músicos: Quarteto de Cordas com Sarah Cesário, Rafael Kalil, Denis Rangel e Karen Barbosa
Iluminação: Luiz Oliva e Renato Vieira
Figurinos: Bruno Cezario
Fotografia: Guilherme Licurgo/ Renato Mangolin
Design: Cristhianne Vassão
Direção de Produção: Tatyana Paiva
Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
SERVIÇO
Suíte Rock – Para loucos e amantes
Tenporada: De 7 de abril a 8 de maio. Não haverá espetáculo no dia 5 de maio.
Dias e horários: 5ª a sáb., às 19h, e dom., às 18h.
Local: CCBB – Teatro I (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro).
Informações: 3808-2020.
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Capacidade: 172 lugares.
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
SOBRE O TEATRO DAS OPRIMIDAS
O projeto Teatro das Oprimidas tem como objetivo geral fortalecer os Grupos Teatrais Populares de TO (Teatro do Oprimido e Teatro das Oprimidas), ampliando seus raios de atuação, realizando oficinas de TO para estimular multiplicadoras/res e cenas que mobilizem alternativas transformadoras para a juventude, em espaços populares e institucionais com a metodologia da Estética, do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas. As ações serão distribuídas em municípios da Região Metropolitana, como Duque de Caxias, em comunidades e bairros no entorno da REDUC (Refinaria Duque de Caxias); São Gonçalo e Itaboraí, cidades situadas na área da COMPERJ (Complexo Petroquímico do RJ) e que também fazem parte da APA (Área de Proteção Ambiental de Guapimirim); Niterói; Nova Iguaçu; 6º Maricá; e também no interior do estado, na cidade de Macaé (Região da Bacia de Campos); além do município onde localiza-se a sede do CTO, o Rio de Janeiro.
SOBRE O CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO
Centro de pesquisa e difusão que desenvolve a metodologia do Teatro do Oprimido em Laboratórios e Seminários de Dramaturgia, ambos de caráter permanente, para revisão, experimentação, análise e sistematização de exercícios, jogos e técnicas teatrais. O CTO foi dirigido por Augusto Boal ao longo de seus últimos 23 anos de vida e, hoje, sua equipe dá prosseguimento ao trabalho. A filosofia e as ações da instituição visam à democratização dos meios de produção cultural, como forma de expansão intelectual de seus participantes, além da propagação do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas como meio da ativação e do democrático fortalecimento da cidadania. O CTO implementa projetos que estimulam a participação ativa e protagônica das camadas oprimidas da sociedade, e visam a transformação da realidade a partir do diálogo e de meios estéticos.