O Boletim Focus do Banco Central mostrou que a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,39% para 5,48% para este ano. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,84%. Já para 2025 e 2026, as previsões são de inflação em 3,5% e 3,47%, respectivamente. A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A projeção para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, que é de 3%, com os mesmos intervalos de tolerância. Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou com uma taxa de 5,79% acumulada no ano, acima da meta de 3,5% com a mesma margem de tolerância.
O Banco Central explicou em carta ao Ministério da Fazenda que a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, quando deverá se situar em 3%, e em 2025 (2,8%).
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, teve aumento de 0,58%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa de juros
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento para alcançar a meta de inflação. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o maior nível desde janeiro de 2017.
De acordo com o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre o ano em 12,5%. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Já para 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano e 8,25% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é controlar a demanda, o que tem efeito nos preços pois juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Isso também pode dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos levam em conta outros fatores como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas ao definir os juros cobrados aos consumidores.
Por outro lado, quando o Copom diminui a Selic, o crédito fica mais acessível, incentivando a produção e consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e estimula a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano foi aumentada, passando de 0,77% para 0,79%. Para o ano de 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,5%. Já para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.
Quanto à cotação do dólar, a expectativa é de que ele esteja em R$ 5,28 no final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,30.