A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de todas as pomadas para modelar, trançar e fixar cabelos. A proibição inclui tanto a distribuição quanto a exposição à venda em qualquer estabelecimento comercial.
Esta medida é temporária e ficará em vigor até que a Anvisa conclua sua investigação sobre relatos de intoxicações. A Resolução nº 475 da Anvisa foi publicada no Diário Oficial da União no dia 9 de fevereiro.
A Anvisa recomenda que os cosméticos já comprados antes da publicação da resolução não sejam utilizados enquanto a proibição estiver em vigor, incluindo aqueles encontrados nas residências e salões de beleza.
Entenda o caso
Em dezembro de 2022 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta, que destacou o risco de cegueira temporária causada pelo uso desses produtos vendidos em todo o país.
A interdição inclui tanto a distribuição quanto a exposição para a venda de todos os lotes desse tipo de cosmético. A Anvisa afirma que a medida é temporária e ficará vigente até que sejam concluídas as investigações relacionadas a casos de intoxicação.
Os efeitos adversos apontados incluem perda temporária da visão, ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão e inchaço, dores de cabeça e queda intensa de cabelo. Esses efeitos são agravados quando o usuário mergulha em piscinas, mar ou toma banho de chuva, ou transpira, pois a pomada escorre pelo rosto e entra em contato com os olhos.
A Anvisa aconselha que qualquer pomada comprada antes da publicação da resolução, ou seja, antes de 9 de fevereiro, também não seja utilizada durante a vigência da medida.
Orientações
Para proteger a população, a Anvisa orienta os consumidores a não usarem ou adquirirem essas pomadas. Se o uso for recente, os cabelos devem ser lavados com cuidado, com a cabeça inclinada para trás, para que o produto não escorra para os olhos.
Em caso de contato acidental, os olhos devem ser lavados imediatamente com água em abundância. Se houver intoxicação, a orientação é que procurem o serviço de saúde mais próximo.
Aos profissionais de salões de beleza e comércio em geral, a Anvisa reforça que os produtos não podem ser comercializados e adverte que estes não devem ser usados em nenhum cliente. A recomendação vale também para quem manuseia o produto.
Em caso de efeitos indesejados, é possível informar a Anvisa por meio de um formulário online. A agência recomenda que, na hora de fazer o registro, a pessoa tenha em mãos os dados do rótulo do produto.
O formulário preenchido será encaminhado a uma equipe técnica para análise das informações, seguida pela investigação e busca de evidências. Os dados do informante são mantidos sob sigilo.
Já os profissionais de saúde que realizarem atendimentos a pacientes com danos à saúde devido ao uso destas pomadas, devem notificar a Anvisa pelo site.
Nos estados e municípios, as vigilâncias sanitárias locais devem fiscalizar e adotar as medidas necessárias para que estes produtos não circulem e não sejam comercializados, até uma possível mudança de orientação da Anvisa.
Outras medidas
Até o fim da interdição, estão suspensas também pela Anvisa novas notificações para regularizar pomadas capilares. Na semana que vem, a Diretoria Colegiada da Anvisa deve realizar uma reunião técnica com o setor produtivo para discutir novos procedimentos necessários à regularização dos produtos, que deverão seguir regras específicas.
A Anvisa já tinha publicado dois alertas e interdições sobre estes produtos aos cabelos.
A agência e os órgãos de vigilância sanitária locais seguem investigando os casos, os produtos citados e as empresas fabricantes.
Por enquanto, a Anvisa não determinou o recolhimento das pomadas capilares investigadas, das prateleiras. No Rio de Janeiro, no entanto, o órgão de vigilância municipal recolheu pomadas capilares em meados de janeiro.