Nesta terça-feira (29), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu candidato à presidência da Casa para a eleição que ocorrerá em 1º de fevereiro de 2025. Lira destacou Motta como o candidato com maior capacidade de construir consenso, enfatizando sua habilidade em unir diferentes correntes políticas. “O deputado Hugo Motta demonstrou capacidade de aliar polos antagônicos com diálogo, leveza e altivez”, afirmou Lira durante o anúncio.
Hugo Motta, no quarto mandato como deputado federal, foi descrito por Lira como alguém preparado para dar continuidade aos trabalhos da Câmara em um tom conciliador. “Ele vai saber manter a marcha da Câmara, seguindo a mesma receita que tantos bons frutos deu ao Brasil”, complementou Lira, ao lado de Motta e outros aliados.
Além de Motta, os deputados Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Britto (PSD-BA) são cogitados como possíveis concorrentes ao cargo. Em relação à concorrência, Lira declarou que mantém uma postura de neutralidade e que sua escolha por Motta não inibirá os demais de buscarem apoio dentro da Câmara. “Mantive um diálogo aberto e franco com os outros deputados e pedi que buscassem viabilizar suas candidaturas junto aos colegas. Sem convergência, não há governabilidade”, afirmou.
PL da Anistia e a Comissão Especial
Em meio à disputa pela presidência da Câmara, Lira anunciou também a criação de uma Comissão Especial para tratar do polêmico Projeto de Lei 2.858/2022, conhecido como PL da Anistia, que propõe isenção de penas para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A criação da comissão, segundo Lira, visa desassociar a tramitação do projeto das negociações eleitorais para a presidência da Câmara. “O tema merece o devido debate, mas não pode ser convertido em elemento de disputa política”, explicou Lira. Com a formação da comissão, o projeto poderá se estender por até 40 sessões no plenário.
O Perfil de Hugo Motta
Hugo Motta é médico e ingressou na Câmara dos Deputados em 2011, eleito pelo PMDB, e atualmente representa o partido Republicanos, associado à Igreja Universal do Reino de Deus. Em sua trajetória política, Motta se destacou como relator da PEC do orçamento de guerra, que autorizou despesas emergenciais durante a pandemia de Covid-19. Durante a operação Lava Jato, em 2015, ele também presidiu a CPI da Petrobras, que investigou as denúncias de corrupção na estatal.
Com essa decisão, Lira inicia o movimento de sucessão na Câmara, sinalizando a prioridade de continuidade e diálogo em sua escolha. A eleição, com previsão para o início de 2025, deve contar com outros candidatos e debates intensos nas próximas semanas.