No dia 5 de fevereiro, um comboio das Nações Unidas, responsável pelo transporte de alimentos cruciais, foi alvo de disparos por forças israelenses no centro de Gaza. A ação visava impedir o avanço em direção ao norte, uma região onde milhares de palestinos enfrentam a ameaça iminente da fome, revela uma investigação da CNN.
Os veículos da UNRWA, a principal agência humanitária em Gaza, foram atacados enquanto estavam detidos em um ponto de verificação das Forças de Defesa de Israel (IDF), seguindo uma rota acordada previamente. O relatório interno da UNRWA compilou os eventos que precederam o ataque.
Apesar de não terem ocorrido ferimentos, a carga de um dos dez caminhões, contendo alimentos essenciais como farinha de trigo para a produção de pão, foi destruída. Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, afirmou: “Um dos caminhões que transportava mantimentos foi atingido por fogo naval israelense.”
O diretor da UNRWA, Tom White, compartilhou imagens nas redes sociais, revelando um caminhão com danos evidentes. A análise das fotos e imagens de satélite pela CNN indicou que o comboio foi atingido na lateral voltada para o mar, sugerindo o uso de munição proveniente dessa direção.
Após o incidente, as Forças de Defesa de Israel anunciaram uma investigação, recusando-se a comentar sobre o ocorrido. Subsequentemente, a UNRWA decidiu suspender o envio de comboios de ajuda humanitária para o norte de Gaza, onde 51% das missões planejadas foram negadas pelas autoridades israelenses desde janeiro.
Com aproximadamente 300 mil pessoas vivendo ao norte de Wadi Gaza, a ONU estima que 16,2% das crianças enfrentam desnutrição aguda. A crise humanitária se agrava com o aumento da ofensiva militar israelense e as crescentes restrições à entrada de ajuda, resultando em mortes por fome.
Diante das acusações de colaboração com o Hamas, a UNRWA corre o risco de perder financiamento, comprometendo a capacidade de fornecer alimentos, água e medicamentos a milhões de deslocados na Faixa de Gaza que dependem desse auxílio para sobreviver.