Com o objetivo de celebrar a herança ancestral afro-brasileira, a Zona Portuária do Rio recebe o AYÓ FESTIVAL, domingo (23/10) , das 12h às 21h. O encontro terá comidas típicas das religiões de matrizes africanas como omolokum e acarajé, além moda, artesanato e arte negra. Na ocasião também haverá rodas de conversa sobre intolerância religiosa, sagrado feminino africano e o significado do termo “aquilombamento”.
Para Amanda Silva, idealizadora do projeto, o local escolhido para o festival representa a história e a ancestralidade do povo preto.”Nós temos uma dívida histórica muito grande na Zona Portuária, conhecida como Pequena África, e não podemos deixar a luta e a história dos que vieram antes de nós morrer. É um compromisso que estamos firmando com a cultura brasileira, em especial nessa região.”
Já Bruna Montenegro, produtora e gestora cultural do projeto, ressalta a importância de eventos que resgatam e enaltecem a cultura negra. “Como educadora e atriz preta, acho importante trazer o diálogo e levantar questionamentos sobre nossos antepassados. Somos símbolo de resistência dos nossos ancestrais, precisamos estimular o debate e o diálogo sobre nossa cultura”.
O festival tem entrada gratuita e sugestão de ingresso solidário. Quem puder, deverá levar 1kg de alimento não perecível ou optar pelo ingresso “quantia solidária” disponível no Sympla. Toda arrecadação será destinada às ações sociais feitas pelo Ilê Asé Ya Omi Funfun, localizado no Morro da Providência.
Programação
12h Abertura do evento com feira de produtos afro e gastronomia.
15h A palavra é: Aquilombamento.
Palestrantes: Renato Noguera é doutor em Filosofia, possui formação familiar griot, escritor, dentre outros publicou os livros “Por que amamos” (2020) e “O que é o luto?” (2022).. Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, coordenador do Grupo de Pesquisa Afroperspectivas, Saberes e Infâncias faz pesquisas nas áreas de Educação e Filosofia. Noguera atuou como consultor da novela Pantanal (Rede Globo, 2022) e também é celebrante certificado de casamento. Nando quilombo Cultural Urbano a Casa do Nando e a antropóloga Marina Miranda.
16h Combate ao racismo e intolerância religiosa.
Palestrantes: Mejitó Cleber de Gbèsén, sacerdote do culto Tradicional Jeje Mahi.
Outorgado ao Culto a Ifá na Cidade de Oyó, em África. Coordenador do PT Axé e dirigente do Centro Cultural Dàngbé e do Hùnkpàme Dàn Hùesú. A Mestre e Professora de Ensino Religioso Afro da Prefeitura do Rio Patrícia de Oliveira e Simone d’Oxum, Professora de Geografia da rede pública de educação. Trabalha com filosofias africanas.
17h O Sagrado feminino Africano.
Palestrantes: Ya Wanda d’Omolu
Mulher negra, Yalorixá do Asé Egi Omin, educadora, ativista engajada nas lutas antiracistas. A Ajoie Alexia ti Oyá, coordenadora de mulheres no Fonsanpotma Municipal do RJ, Mestre em História, especialista em Relações Raciais e Keila Vieira Gomes é mãe, umbandista, graduada em História, professora da Rede pública municipal e Estadual, idealizadora do Projeto Aquilombar.
18h Roda de jongo Aráyé Produções
SERVIÇO
AYÓ FESTIVAL
Dia: 23 de outubro de 2022
Hora: Das 12h às 21h
Local: O Cazario (Rua Camerino, 162 – Centro. Rio de Janeiro)
ENTRADA GRATUITA
Ingressos solidários: R$10 ou 1kg de alimento não perecível