A cidade de Baku, no Azerbaijão, será o centro das atenções entre 11 e 22 de novembro deste ano, quando sediará a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). Com o tema “Solidariedade por um Mundo Verde”, a conferência pretende promover compromissos mais ambiciosos dos países na luta contra a crise climática. Simon Stiell, chefe do clima da ONU, declarou recentemente que o encontro será crucial para garantir o financiamento climático e evitar impactos ambientais devastadores.
Apesar de ser um importante produtor de petróleo e gás natural, o Azerbaijão vem mostrando interesse em diversificar sua matriz energética para reduzir emissões. Durante a campanha para sediar o evento, o governo se comprometeu a reduzir em 40% suas emissões de gases do efeito estufa até 2050 e a elevar a participação de fontes renováveis para 30% até 2030. Projetos de energia solar, eólica, hídrica e hidrogênio verde já foram implementados e servirão como exemplos para o evento. Além disso, o Estádio Olímpico de Baku, que receberá as áreas de participação social e de negociações oficiais, será abastecido por fontes renováveis, incluindo óleo vegetal hidrogenado.
A escolha do Azerbaijão como sede reflete a política de rotatividade entre regiões das Nações Unidas. No entanto, questões geopolíticas influenciaram a decisão, especialmente devido a vetos da Rússia a candidatos da União Europeia em razão das sanções pela guerra na Ucrânia. O Azerbaijão foi escolhido em detrimento da Armênia após negociações sobre a situação de Nagorno-Karabakh, região de conflitos recentes entre as duas nações.
Apesar de questionamentos internacionais sobre democracia e direitos humanos no Azerbaijão, o presidente Ilham Aliyev celebrou a escolha do país como um “sinal de respeito” da comunidade global ao compromisso do Azerbaijão com a energia verde e o desenvolvimento sustentável. Em meio a desafios políticos e pressões econômicas, o Azerbaijão espera usar a COP29 para consolidar sua imagem como ator relevante no cenário climático global, apesar das contradições de uma economia baseada na exploração de combustíveis fósseis.