O ex-presidente sírio Bashar al-Assad renunciou ao cargo e deixou a Síria após a tomada de várias cidades estratégicas por grupos rebeldes islâmicos, incluindo Aleppo, Homs e Damasco. A renúncia foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia neste domingo (8).
De acordo com o comunicado russo, Assad teria instruído os líderes de seu governo a garantir uma transição pacífica de poder. “A Rússia não esteve envolvida nas negociações, mas apelamos às partes para que evitem o uso da violência e resolvam as questões políticas por meio do diálogo,” afirmou o governo russo.
Palácio Presidencial Invadido
Imagens divulgadas pela Rádio e Televisão de Portugal (RTP) mostram rebeldes armados invadindo o palácio presidencial sírio, agora parcialmente destruído. Bandeiras do país foram hasteadas pelos insurgentes, e focos de incêndio foram registrados no local. Há indícios de que Assad já tenha abandonado o país, mas seu destino ainda não foi confirmado.
Posicionamento do Brasil
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) emitiu uma nota recomendando que brasileiros residentes na Síria busquem a embaixada brasileira em Damasco ou saiam do país imediatamente. O comunicado incluiu números de emergência para atendimento consular e orientou a consulta ao portal oficial para atualizações.
“Em caso de emergência, o telefone de plantão da Embaixada em Damasco é +963 933 213 438. O plantão consular do Itamaraty também está disponível pelo número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp),” informou o comunicado.
Contexto do Conflito
A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, intensificou-se nos últimos dias com o avanço do grupo islâmico fundamentalista Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Originado de uma facção da Al-Qaeda no Iraque, o HTS defende a aplicação da lei islâmica (Sharia) e tem liderado as ofensivas contra o governo.
O regime de Assad, secular em sua estrutura, vinha enfrentando múltiplos grupos armados opositores. A tomada de Damasco pelos rebeldes marca uma virada decisiva no conflito, que já deixou milhares de mortos e milhões de deslocados.
Futuro Incerto
A renúncia de Bashar al-Assad e a conquista da capital por grupos rebeldes representam um novo capítulo na guerra síria. A ausência de uma liderança clara e a fragmentação entre as forças rebeldes levantam questões sobre o futuro político do país, que agora enfrenta uma nova etapa de incertezas e desafios.