O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta quarta-feira (2), um novo aporte de R$ 50 milhões para a reconstrução do Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O apoio financeiro é não reembolsável e foi divulgado durante evento realizado na Sala das Vigas do Paço de São Cristóvão, sede do museu, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro.
Com esse novo investimento, o BNDES soma R$ 100 milhões destinados à recuperação do museu, considerando as operações anteriores de R$ 21,7 milhões em 2018 e R$ 28,3 milhões em 2020. Os recursos serão utilizados para a restauração do Paço de São Cristóvão, reforma da Biblioteca Central e iniciativas de divulgação e reativação do museu, que perdeu cerca de 85% do acervo de 20 milhões de itens no incêndio de 2018.

O presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, destacou a importância histórica e cultural do Museu Nacional: “O museu é um registro vivo da história brasileira. Sua recuperação é essencial para a preservação da nossa identidade”.
Criação de fundo patrimonial

Durante o evento, Mercadante anunciou a proposta de um fundo patrimonial para garantir a sustentabilidade financeira do museu a longo prazo. O objetivo é assegurar recursos para manutenção e futuras reformas, independentemente do orçamento da União. “Estamos estruturando um fundo para captar recursos junto a parceiros, garantindo a estabilidade financeira do Museu Nacional”, afirmou.
O BNDES também trabalha na captação dos recursos necessários para a conclusão das obras até 2028. Do total de R$ 516 milhões orçados, já foram obtidos R$ 347 milhões, sendo que R$ 101 milhões estão em fase final de negociação. Restam, portanto, R$ 70 milhões, que o banco busca junto a instituições financeiras e parceiros.
O montante anunciado hoje é fruto de um acordo judicial entre a empresa Cosan e o BNDES, que também prevê um repasse adicional de R$ 3,6 milhões. Além disso, o banco negocia com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) o apoio de instituições financeiras para arrecadar mais R$ 18 milhões para a restauração.
Continuidade das obras

A primeira etapa da reconstrução será entregue em 2026, e a previsão é concluir toda a obra até 2028. Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale e representante do Comitê Executivo do Projeto Museu Nacional Vive, enfatizou a importância do aporte do BNDES: “Esse investimento garante a continuidade das obras sem risco de paralisação. O gesto é estratégico, reforçando o compromisso com a revitalização do Museu Nacional”.
O Museu Nacional foi fundado em 1818 por d. João VI e, desde 1892, está localizado no Paço de São Cristóvão, antiga residência da família imperial brasileira. Atualmente, integra o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.
O reitor da universidade, Roberto Medronho, ressaltou a relevância da iniciativa: “A sociedade precisa reconhecer o valor da educação, ciência e cultura para o desenvolvimento do país. O Museu Nacional representa um patrimônio inestimável que deve ser preservado para as futuras gerações”.