A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou um novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando o afastamento do ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito que investiga uma suposta trama golpista durante seu mandato.
Os advogados argumentam o impedimento de Moraes, destacando, entre outros pontos, seu possível interesse no caso. Na semana passada, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, negou um pedido semelhante da defesa.
Barroso justificou sua decisão afirmando que a defesa não conseguiu demonstrar claramente nenhuma das causas que justificariam o impedimento, conforme previsto em lei. Entretanto, em uma nova petição protocolada nesta segunda-feira (26), os sete advogados que representam Bolsonaro voltaram a insistir na mesma linha de argumentação.
Os advogados afirmam que, na decisão que autorizou a Operação Tempus Veritatis, que investiga a trama golpista, Moraes escreveu uma narrativa que o colocava como vítima central das supostas ações investigadas. Essa narrativa, segundo a defesa, evidencia o interesse pessoal do ministro no caso.
Baseando-se nas investigações da Polícia Federal, que apontam para a existência de um plano que envolvia até mesmo a prisão de Moraes, os advogados argumentam que o ministro não poderia atuar como relator por ter um interesse direto no caso. Agora, o recurso, um agravo regimental, será apreciado por Barroso, que pode reavaliar sua posição ou encaminhar a argumentação para o plenário.
De acordo com as investigações da Operação Tempus Veritatis, Bolsonaro e seus aliados, incluindo militares de alto escalão do governo, teriam planejado um golpe de Estado a ser executado após a derrota do ex-presidente na eleição de 2022.