Os advogados do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a declaração de suspeição do ministro Alexandre de Moraes para julgar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta trama golpista no fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Braga Netto, Bolsonaro e outras 32 pessoas foram denunciadas na última semana pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros. De acordo com a PGR, o general teve um papel central no planejamento da suposta tentativa de ruptura institucional.
Segundo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, Braga Netto teria fornecido recursos financeiros para a execução do plano e chegou a organizar reuniões em sua residência para discutir a implementação da estratégia golpista.
A defesa do ex-ministro argumenta que Moraes seria um alvo direto do complô, ainda que não a principal vítima, o que poderia comprometer sua imparcialidade no julgamento do caso. O pedido de suspeição será analisado pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, responsável por decidir sobre eventuais redistribuições de processos. Em caso de negativa, a defesa poderá recorrer para julgamento colegiado.
Braga Netto, que também ocupou o cargo de ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro e foi candidato a vice na chapa do ex-presidente, está preso preventivamente desde 14 de dezembro. A Polícia Federal justificou a prisão alegando que o general teria tentado obstruir as investigações sobre o caso.