O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (12) que estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio. A medida, que entrou em vigor hoje, é vista como um mecanismo de proteção às siderúrgicas dos EUA, encarecendo os produtos estrangeiros e favorecendo a produção local.
Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços lamentaram a decisão e alertaram para o impacto significativo sobre as exportações brasileiras. Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 3,2 bilhões em aço e alumínio para os EUA, principal destino desses produtos.
O governo reforçou seu apoio ao sistema multilateral de comércio e considerou a tarifação “injustificável e equivocada”. Dados oficiais apontam que os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil, que chegou a US$ 7 bilhões no último ano, sendo que o Brasil é o maior fornecedor de aço semiacabado para a indústria americana.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a estratégia inicial será a negociação, evitando medidas retaliatórias. “O presidente Lula falou ‘muita calma nessa hora’. Já negociamos outras vezes em condições até muito mais desfavoráveis do que essa”, disse, após reunião com representantes do setor siderúrgico.
A equipe econômica prepara uma nota técnica com propostas para orientar as negociações com o governo americano. Enquanto isso, entidades como o Instituto Aço Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendem esforços diplomáticos para reverter a decisão.