O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assegurou nesta quinta-feira (12), durante um evento em São Paulo, que o Brasil não corre o risco de enfrentar uma crise energética ou de racionamento em 2024. De acordo com o ministro, a segurança energética do país está garantida, e o foco do governo agora é implementar medidas para minimizar o impacto das tarifas de energia elétrica sobre os consumidores.
Silveira explicou que, embora a utilização de usinas térmicas seja uma solução viável para garantir 100% de segurança energética, seu custo elevado exige uma abordagem cautelosa. “Ter segurança energética total é possível com energia térmica, mas isso impacta diretamente no custo ao consumidor. Estamos trabalhando para garantir segurança com menor impacto tarifário”, afirmou o ministro.
Preocupações para 2025 e os efeitos climáticos
Apesar do otimismo para 2024, o ministro revelou que o governo está preocupado com as perspectivas hidrológicas para 2025. Ele mencionou que as mudanças climáticas exigem atenção especial, o que torna o planejamento energético fundamental. “Diante do cenário climático atual, é crucial considerar 2025 e 2026 como anos potencialmente desafiadores, e estamos nos preparando para isso”, disse Silveira.
Em resposta a esses desafios, o governo planeja dobrar a capacidade do parque de energia térmica do Brasil até 2031. Atualmente, o país possui uma capacidade instalada de cerca de 20 gigawatts (GW) em energia térmica. O aumento da demanda, registrado em setembro de 2024, quando o consumo atingiu 105 GW em uma única tarde, reforça a necessidade de expandir a infraestrutura energética.
Investimentos e melhorias da Enel no fornecimento de energia
Durante o evento, a empresa Enel Distribuição São Paulo, que tem enfrentado desafios em relação a apagões e qualidade do serviço, apresentou ao ministro um plano de investimentos para melhorar a rede de distribuição de energia. A Enel anunciou um investimento de R$ 2 bilhões por ano para modernização e expansão da rede elétrica em São Paulo, além de aumentar os investimentos no Ceará e no Rio de Janeiro.
Esses investimentos, impulsionados por um decreto de junho do Ministério de Minas e Energia que endureceu as regras para concessões de distribuição de energia, incluem a contratação de cinco mil colaboradores e a integração de 1.650 novos veículos à frota até 2026. Em São Paulo, a empresa se comprometeu a realizar 600 mil podas em áreas de concessão em 2024, dobrando o número de intervenções realizadas no ano anterior.
Com essas medidas, o governo e a Enel esperam melhorar a qualidade dos serviços prestados, garantir a segurança energética e mitigar o impacto nas contas de luz dos brasileiros, ao mesmo tempo em que se preparam para os desafios climáticos futuros.