Chiquinho Brazão, deputado federal detido sob acusação de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, afirmou durante uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que mantinha uma “ótima relação” com a vereadora.
Durante a reunião da CCJ, Brazão declarou que houve apenas uma “simples discordância de pontos de vista” entre ele e Marielle, relacionada a um projeto de lei sobre condomínios irregulares na cidade do Rio de Janeiro. Ele destacou que Marielle estava ao seu lado em uma luta comum, defendendo uma área de interesse especial.
O relatório da Polícia Federal citou a divergência em torno de um projeto de lei como uma possível motivação para o assassinato de Marielle. O relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu a manutenção da prisão de Brazão, argumentando que esta respeitou as exigências constitucionais.
No entanto, o advogado de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes de Oliveira, pediu a revogação da prisão, alegando que não houve flagrante no caso e que a prisão preventiva não está prevista na Constituição para detenção de parlamentares. Ele também contestou a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para decretar a prisão, argumentando que o crime ocorreu antes do mandato de Brazão.
Os deputados Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista do processo, alegando falta de tempo para analisar os documentos relacionados ao caso.
A sessão da CCJ foi marcada por debates acalorados, com parlamentares argumentando tanto a favor quanto contra a prisão de Chiquinho Brazão, destacando a complexidade e a sensibilidade do assunto.