Para Cícero Nobre, 2024 se tornou um ano marcante, não apenas pela conquista da medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris, mas também pela iminente chegada de seu primeiro filho, Levi, fruto de seu relacionamento com a também atleta paralímpica Nathalia Almeida. Com o nascimento do pequeno previsto para breve, a família já celebra, com um presente especial: a medalha conquistada por Cícero na prova de lançamento de dardo, classe F53 (atletas que competem sentados).
“Agora não somos apenas Cícero e Nathalia, mas os pais do Levi,” brincou o paraibano, visivelmente emocionado, durante entrevista na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, nos arredores de Paris.
Apesar de ainda não ter nascido, Levi já desempenhou um papel significativo na conquista do pai. Desde o momento em que recebeu um chaveiro com a imagem do ultrassom de seu filho até a hora decisiva da prova no Stade de France, Cícero sentiu a presença de Levi como um incentivo poderoso.
“Na noite anterior, minha esposa disse que Levi estava mais agitado do que nunca. Isso me deu uma motivação extra, e no quarto lançamento, que garantiu o bronze, um companheiro de Cabo Verde até comentou que aquele arremesso era para meu filho,” revelou Cícero.
A chegada de Levi trouxe mudanças significativas na vida de Cícero, que agora se prepara para conciliar a carreira de atleta com a paternidade. Com o foco na Paralimpíada de Los Angeles, em 2028, ele deseja ter a companhia de Nathalia, que compete no arremesso de peso e lançamento de dardo. Nathalia, que perdeu a perna esquerda em um acidente automobilístico, também sonha em integrar a seleção brasileira de atletismo e competir em grandes eventos, como os Jogos Parapan-Americanos e Mundiais.
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“Nós estamos nos planejando para que, quando Levi tiver seis meses, Nathalia possa retomar as competições. Estamos determinados a alcançar esses objetivos juntos, e Levi fará parte dessa jornada,” destacou Cícero.
Durante a prova de lançamento de dardo em Paris, Cícero enfrentou desafios inesperados, com apenas dois dos seis arremessos sendo considerados válidos. Mesmo assim, a primeira tentativa garantiu o bronze. Ciente das dificuldades, ele já está focado no próximo ciclo paralímpico.
“Já tenho conquistas mundiais e medalhas em Parapans, mas ainda falta o ouro paralímpico. Em 2028, estarei mais determinado do que nunca a lutar por essa medalha,” afirmou com convicção.
Cícero Nobre demonstra que, mesmo com os desafios de ser pai e atleta, sua determinação e ambição seguem firmes em busca de novos êxitos na carreira e na vida pessoal.