Um mar de foliões tomou conta da Rua Primeiro de Março, no Centro da cidade, na manhã desta terça-feira,13 de fevereiro, durante o desfile do Fervo da Lud. Sob um sol escaldante – a sensação térmica era de 50 graus -, o desfile contou com um carro-pipa para abrandar o calor que atingia a multidão. Mesmo assim, para garantir o bem-estar do público (alguns foliões chegaram a passar mal), Ludmilla decidiu encerrar o cortejo 40 minutos antes do horário previsto para o término, que seria às 12h.
“Gente, está muito calor, tem gente passando mal. Então, em respeito à integridade física de vocês, vou encerrar o desfile mais cedo”, anunciou a cantora.
O Fervo da Lud mostrou porque é um dos maiores blocos do Carnaval de Rua do Rio: às 9h da manhã a cantora subiu ao trio elétrico ao som dos versos “Pode falar, avisa lá que eu cheguei!”, levando ao delírio um mar de foliões, que desde a madrugada aguardava ansiosamente por ela.
E ela não decepcionou. Os hits foram muitos, desde a canção “Macetando”, parceria com Ivete Sangalo e hino deste Carnaval, até aos pagodes da famosa turnê “Numanice”.
“Eu viajo o mundo inteiro, mas não existe lugar igual ao Rio de Janeiro. O bagulho tá muito fervo! Vocês são demais!”, comemorou Lud do alto do trio. “E não para de chegar gente! Caraca!”
A multidão fez jus à animação da cantora. Teve dancinha, beijo na boca e muita descontração. “Essa mulher merece o mundo! Chegamos aqui ontem às 21h porque amamos a Lud”, contou Charles Siqueira, que saiu de Bangu, na Zona Oeste, para garantir um lugar na frente da corda. Ele e o grupo de amigos estavam fantasiados com cocar e pinturas com motivos indígenas. “O fervo da Lud é uma coisa inexplicável. Algo quase tribal”, definiu Charles.
Além de Ludmilla, as musas Bruna Gonçalves, mulher da cantora, Nicole Bahls, Ramona e o muso Pedro Scooby completaram a festa. E teve ainda as participações do grupo de pagode Caju pra Baixo e da cantora Valesca Popozuda.
Calor escaldante não desanima foliões do Bloco Vagalume O Verde, no Jardim Botânico
As ruas ficaram lotadas de gente fantasiada e animada. Maria Rita foi uma delas, vestida de Cruella, a vilã da Disney, carregou junto com ela 52 pessoas fantasiadas de dálmatas para o Bloco Vagalume O Verde, no Jardim Botânico, Zona Sul da cidade, também na manhã desta terça-feira.
“Eu adoro esse bloco, todo ano invento uma fantasia nova. Nesse ano, decidi fazer uma alusão à causa animal, contra a violência e ao abandono. A ideia é conscientizar o pessoal”, conta a professora.
Fantasiado de paciente em tratamento hospitalar com Canabidiol, César Teixeira disse que sempre escolhe um tema político para pular o Carnaval: “Eu optei por abordar o canabidiol, porque temos amigos que usam para tratar doenças. O efeito é muito benéfico.”
Sempre estimulando o debate sobre a sustentabilidade, o bloco Vagalume O Verde é um dos pioneiros na busca por soluções que diminuam os impactos ambientais do Carnaval:
“Esse ano estamos pedindo para os foliões medirem a sua pegada de carbono. Após colocar o transporte utilizado para chegar ao bloco e a distância percorrida, o aplicativo carbon fair mostra o resultado e o valor simbólico que pode ser doado para a nossa ação de reflorestamento: ‘um Carnaval sustentável é possível!’”, explica Davi Mico Preto, um dos fundadores do Vagalume.
A Quarta-feira de Cinzas encerra a temporada de blocos de rua do Rio com seis desfiles, confirmando a vocação do Rio de Janeiro para receber grandes eventos.
Confira as atrações desta quarta-feira, 14/02
Bloco Carnavalesco Ainda Aguento
Local: Praia da Engenhoca 151, Ribeira
Horário: das 11h às 16h
Cordão do Me Enterra na Quarta
Local: Avenida Augusto Severo 64, Centro
Horário: das 14h às 20h
Planta na Mente
Local: Praça Cardeal Câmara 71, Centro
Horário: das 14h às 20h
Bloco Guri da Merck
Local: Praça Albert Sabin ( Praça da Merck), na Taquara
Horário: das 15h às 21h
Batuque das Meninas
Local: Largo do Machado – Catete
Horário: das 16h às 22h
Bloco da Bey (Antigo Bloco da Família)
Local: Rua Imperatriz Leopoldina, 55 – Centro
Horário: das 18h às 22h