Com 10 anos de história, o projeto “Conexão do Bem – Novos Territórios 2022” tem muito o que celebrar. Após o auge da pandemia de Covid-19, o projeto retorna ao formato presencial com suas famosas intervenções artísticas, com a trupe formada por Felipe Haiut, Laura Araújo, Mag Pastori, Nina da Costa Reis e Pedro Nêgo, continuando sua jornada bem-sucedida de colaboração para melhoria do estado geral dos pacientes dos hospitais atendidos e qualidade da saúde pública. Com patrocínio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, os hospitais que já receberam as intervenções incluem o Hospital Universitário Pedro Ernesto, o Hospital Federal da Lagoa, Hemorio e o Hospital Federal do Andaraí (25/01).
Enquanto os profissionais de saúde e pacientes lutam pela vida, os membros do Conexão do Bem trazem música e teatro aos hospitais como uma forma de apoio e carinho. A arte é usada para transformar os ambientes dos ambulatórios e pediatrias e alcançar milhares de pessoas, proporcionando inspiração e força para enfrentar as dificuldades. “A comemoração pelos 10 anos está sendo marcada pelo retorno presencial e pela expansão do projeto no lado artístico, que já era um sonho nosso. A longo prazo, queremos capacitar cada vez mais artistas nas ações para, assim, ampliar o atendimento a esses hospitais de forma responsável”, planeja Felipe Haiut.
O preparo do grupo, porém, vai muito além do que se vê pelos corredores e enfermarias. “Neste processo de retorno, buscamos entender o que a pandemia de Covid-19 causou emocional e fisicamente nas pessoas que trabalham nestes espaços. Precisamos compreender a situação do material humano, o provável cansaço de muitos desses profissionais e como podemos somar levando em conta este novo momento”, considera Laura Araújo que, assim como os demais integrantes, não parou o trabalho em 2020 e 2021, período que abrange o auge da pandemia.
Durante este período, o Conexão do Bem garantiu a continuidade das atividades artísticas e poéticas no dia a dia dos pacientes e profissionais de saúde através de ações virtuais nos hospitais parceiros e expandiu as intervenções artísticas para novos hospitais públicos do Rio de Janeiro. Foram produzidos mais de 60 vídeos, com a participação de 26 convidados especiais, homenageando 24 profissionais da saúde e realizando 24 sessões de cinema nos hospitais, gerando mais de 100 mil visualizações nas redes sociais do projeto.
Além disso, a Conexão do Bem também criou o “Encontros do Bem”, uma série de bate-papos divertidos entre os integrantes, artistas conhecidos e especialistas, promovendo reflexões sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida dentro e fora do ambiente hospitalar. Artistas como Jonathan Azevedo, Fabiula Nascimento, Babu Santana, Aline Borges e Elisa Lucinda já participaram desses encontros. Nas enfermarias, a Conexão já levou cortejos artísticos com artistas convidados como Dandara Mariana, Carol Garcia, Fabiula Nascimento, Romulo Estrela, Emilio Dantas, David Junior e Pedroca Monteiro.
“Tivemos que aprender a realizar essas intervenções através de vídeo, gerando conteúdo dentro do que era o possível naquele momento. A pandemia nos trouxe isolamento, o que gerou muito distanciamento afetivo, e todos vimos o quanto a arte neste período se tornou uma espécie de salvação – as pessoas consumiam séries, filmes, músicas, livros… Então, retornar com a arte no âmbito da saúde nos ajuda a reforçar a compreensão de que ela auxilia no processo de cura. Num momento em que tudo está caminhando para o metaverso, vemos o quanto a arte presencial faz diferença e auxilia na cura das pessoas”, analisa Nina da Costa Reis.
Com a realidade dos hospitais já sendo desafiadora antes, a necessidade das ações do Conexão do Bem se tornou ainda mais evidente após este período de combate à Covid-19. “Desejamos mais do que nunca entrar e fazer com que a expressão aconteça, porque é através dela que a ajuda para a cura acontece internamente. Além disso, existe um aspecto de cidadania muito importante, porque 70% da população nacional faz uso do SUS e, destas pessoas, muitas nunca tiveram um contato presencial artístico com a música ou o teatro, por exemplo. E isso acaba acontecendo neste momento de tratamento médico”, finaliza Nina.