O Indicador de Consumo Aparente de Bens Industriais, divulgado ontem (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), registrou alta de 0,4% em fevereiro, em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal. Com o resultado, o trimestre móvel encerrado em fevereiro teve expansão de 0,5% na margem, marcando o terceiro período consecutivo de alta.
Os dados mostram que enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional subiu 0,6%, em fevereiro, e 0,9% no trimestre móvel, as importações de bens industriais tiveram quedas de 1,7% e 6,5%, respectivamente.
Na comparação com fevereiro de 2021, entretanto, a demanda interna por bens industriais caiu 7,1%, o que levou o trimestre móvel a registrar também retração de 6,1% em relação ao verificado no mesmo período do ano passado.
Já no acumulado em 12 meses, a demanda cresceu 5,7%, enquanto a produção industrial, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve alta de 2,8%. Na mesma base de comparação, as importações de bens industriais cresceram 24,8%.
Segundo o Ipea, excetuando o consumo aparente de bens intermediários, todos os demais grandes grupos econômicos apresentaram alta em fevereiro, frente a janeiro. Destaque para os segmentos de bens de consumo duráveis e de bens de capital, com expansões de 6,1% e 4,4%, respectivamente. No trimestre móvel findo em fevereiro, os dois segmentos também mostraram altas na margem (4,1% e 5%).
A pesquisa do Ipea revela que, em relação às classes de produção, a demanda interna por bens da indústria de transformação evoluiu 1,4% sobre janeiro e 0,2% no trimestre móvel. A extrativa mineral, por sua vez, caiu 13,3% na margem, enquanto o trimestre móvel registrou alta de 7,6%. No acumulado em doze meses, as indústrias extrativas apresentaram crescimento de 19,9%.
Quinze dos 22 segmentos da indústria de transformação tiveram variação positiva no consumo aparente, o que fez o índice de difusão passar de 18%, em janeiro, para 68%, em fevereiro. Esse índice mede a porcentagem dos segmentos com aumento em relação ao período anterior, após ajuste sazonal.
Entre os segmentos com peso relevante, outros equipamentos de transporte e farmoquímicos tiveram os melhores resultados, com altas de 24,7% e 17,1% na margem, respectivamente. Em relação ao trimestre móvel, dez segmentos registraram crescimento na comparação dessazonalizada, destacando o consumo aparente de veículos (10,2%), mostrou a pesquisa do Ipea.