O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciará nesta quarta-feira (6) se eleva a taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano. Com o dólar em alta e o impacto da seca pressionando o custo de alimentos e energia, o comitê avalia um aumento de 0,5 ponto percentual, o que elevaria a taxa para 11,25% ao ano, segundo o último boletim Focus.
As expectativas são de que a Selic encerre 2024 em 11,75%, visando conter a inflação que ultrapassa o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% com uma margem de tolerância até 4,5%. O Copom justifica o ajuste pelo ritmo de crescimento econômico e pela pressão inflacionária, especialmente em alimentos e serviços, que juntos mantêm o IPCA em 4,42% no acumulado de 12 meses.
O processo de elevação da Selic já dura mais de dois anos e reflete as políticas do BC para controlar a inflação. Após manter a Selic inalterada em junho e julho deste ano, o Copom iniciou um novo ciclo de alta em julho, focado em ajustar a política monetária ao contexto atual. A decisão de hoje será anunciada no final do dia, após análise detalhada da economia nacional e global.
A elevação da taxa básica de juros encarece o crédito, estimulando a poupança e, ao mesmo tempo, desacelerando a economia. Com a inflação pressionada pela seca e pelo câmbio, a taxa mais alta visa compensar os aumentos nos preços de bens essenciais, como energia e alimentos, com objetivo de estabilizar o índice de preços e mantê-lo dentro da meta de 3% para 2024.