Acontece nos dias 11 e 12 de novembro, na Maré, a quarta edição da Criptofunk. O evento-festa, que volta ao formato presencial este ano, é desenvolvido por organizações sociais como data_labe em parceria com Olabi, Observatório de Favelas e Intervozes. Durante os dois dias, a Criptofunk pretende reunir artistas, ativistas, pesquisadores e pessoas interessadas nos debates sobre tecnologia, funk, corpo e suas conexões com a liberdade de expressão e questões de gênero, raça, direitos humanos e bem viver, inspirada no movimento global das Criptofestas.
O evento acontece simultaneamente em dois espaços culturais vizinhos da Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré: o Galpão Bela Maré e o Centro de Artes da Maré.
De acordo com os organizadores, este ano a programação da Criptofunk sobre o tema “DESACELERA” é um convite a repensar nossa relação com o corpo e as tecnologias a partir de outras temporalidades. Honrando o passado, fincando os pés no presente e planejando o futuro.
“A sociedade que a gente vive é muito marcada pela aceleração da vida, do tempo, e as tecnologias têm um papel crucial nessa percepção. A sensação de que estamos sempre atrasades com algo, correndo atrás de alguma coisa, não deve ser naturalizada. Precisamos nos perguntar a quem interessa essa aceleração da vida? As tecnologias podem ser usadas para promover o bem-viver? Como podemos nos apropriar das tecnologias para combater as desigualdades sociais, o racismo, o machismo e a lgbtfobia? Essas são algumas das questões que permeiam a Criptofunk deste ano”, afirma Gyssele Mendes, coordenadora executiva do Intervozes e uma das organizadoras do evento.
Durante os dois dias de evento, a exposição SUPERFICIESEXPOSITIVAS, que reúne obras de artistas locais, ficará disponível para visitação do público presente. dos debates, das oficinas temáticas, atividades educativas e a tradicional festa, a Criptofunk contará também com o Espaço Kids, dedicado a atividades recreativas e educativas voltadas para o público infantil.
No sábado, dia 12, a Criptofesta encerra o evento e terá na programação show de Mc Naninha, DJ Renan Valle, DJ Ramenes e Preta QueenB Rull, no Centro de Artes da Maré.
Sobre a Criptofunk:
Inspirada no movimento global das Criptofestas sob o lema “Criptografe dados, descriptografe o corpo”, a Criptofunk busca promover a autonomia e a liberdade das pessoas frente à influência das tecnologias em suas vidas. Em um mundo em que a internet ganha cada vez mais centralidade no cotidiano de grande parte da população, as discussões sobre liberdade de expressão, privacidade na internet, algoritmos, direitos humanos e cuidados integrais (físicos, digitais e psicossociais) se tornam cada vez mais urgentes. Este ano o evento está em sua quarta edição e acontece de forma presencial em dois espaços culturais na Favela da Maré.
Programação
11 de novembro – Sexta-feira
Durante todo o evento
Superficiesexpositivas
Felipe Bacelar – A proposta é um processo de curadoria de exposição artística multilinguagem, com e para artistas locais que fazem e usam de seus processos artísticos como forma de expressar suas emoções, sua história e sua cultura.
16h às 17h:
Oficina “Fazendo funk com programação”
Diego Dukão e Thaís Viana
Palestra/oficina mão na massa sobre FoxDot, tecnologia feita com a linguagem Python para fazer música com programação. Nessa atividade, será ensinado o básico necessário para começar a fazer suas próprias músicas com FoxDot, com foco total no Funk carioca.
Lançamento do livro “Vem ni mim que eu sou passinho”
Hugo Oliveira – A atividade consiste no lançamento do livro “Vem Ni Mim Que Eu Sou Passinho: a dança passinho foda na confluência entre redes sociais, arte e cidade”, de Hugo Oliveira. O livro é fruto da sua dissertação de mestrado defendida na Universidade Federal Fluminense (UFF).
16h às 18h :
Roda de conversa “Racismo, ancestralidade e resistência na Maré”
Victoria Oliveira (CocôZap) – O racismo ambiental, estrutural e institucional atravessam diariamente a vida de moradores da Maré e apagam outros saberes. Partindo disso, será realizada uma roda de conversa a partir da ancestralidade de dois mais velhos da Maré, que por meio das tecnologias e conhecimentos cultivam maneiras de resistência no território.
17h às 18h30 – Oficina “Livres, em segurança e em comunidade: pensando a liberdade de expressão na Internet”
Laura Pereira (Instituto Vero) – A proposta consiste em uma oficina transversal para tratar do tema que nem sempre é considerado como central: o exercício pleno e seguro da liberdade de expressão na internet. O objetivo é ter um espaço propositivo e diverso para a construção colaborativa dos distintos e ramificados eixos de análise e experiência.
Oficina “Como educar em privacidade, segurança, desinformação e bem-estar digital”
Beatriz Peixoto, Geraldo Barros, Isabela Gonçalves e R. Ramires (Casa Hacker) – Nesta oficina, voltada para educadores, a ideia é aprender a organizar os recursos didáticos, educar e orientar em privacidade, segurança, desinformação e bem-estar digital usando os recursos Data Detox, The Glass Room e What The Future Wants. Ao final, todos os materiais e recursos de facilitação serão disponibilizados para serem replicados.
19h às 20h – Sessão-chave: Quem faz?
data_labe, Intervozes, Observatório de Favelas e Olabi
Nesta sessão, vamos apresentar as organizações que estão por trás da Criptofunk e discutir o cenário dos direitos digitais a partir da perspectiva de cada uma delas.
20h às 22h – Encerramento_ Hora feliz
12 de novembro- Sábado
Durante todo o evento
superficiesexpositivas
Felipe Bacelar – A proposta é um processo de curadoria de exposição artística multilinguagem, com e para artistas locais que fazem e usam de seus processos artísticos como forma de expressar suas emoções, sua história e sua cultura.
10h às11h
Aulão “Sarra Yoga”
Tainá Antonio – A intenção é apresentar as confluências entre a filosofia do yoga e a existência do corpo negro, até que possamos experienciar na prática e por meio de uma dança tão preta como o funk, um pouco da energia vital que carregamos conosco. Obs: usar roupas confortáveis e trazer um tapete/toalha para a prática!
10hàs 12h
CriptoKids: criptografia para crianças (Espaço Kids)
Evelyn Gomes e Gustavo Alencar (LabHacker) – Através de metodologias voltadas para crianças a partir de 5 anos de idade, a oficina terá como objetivo ensinar criptografia básica, com atividades de decodificação e brinquedos.
11 às 12h30
Sessão-chave: O presente é ancestral
Com Dandara Rudsan, Jera Guarani e Rafael “Bantu” Gomes. Mediação: Sil Bahia (Olabi) – Numa sociedade extremamente acelerada, em parte pelo advento das tecnologias, é possível desacelerar? Existe uma forma “saudável” de se fazer isso? O que podemos aprender com a ancestralidade e como ela está presente no âmbito das tecnologias? Essas são algumas das questões que vão balizar a nossa discussão.
12h30 às 14h
Almoço
14h às 15h
Oficina “Hackeando o marketing digital e o algoritmo das redes sociais para promover os direitos humanos”
Ana Paula Godoi Medrado – Oficina de redes sociais com o objetivo de ensinar como usar os algoritmos e as linguagens das redes sociais para o melhor uso das técnicas de comunicação e difusão da mensagem. O foco das redes sociais abordadas será Instagram e Twitter.
Oficina “Como combater enchentes: depois e antes”
Fabricia Sterce, Juliana Coutinho e Lennon Medeiros (Visão Coop) – Nesta oficina vamos aprender as estratégias do Núcleo de Defesa Ambiental para mapear bairros vulneráveis a enchentes e deslizamentos, mobilizar o socorro para famílias em situação de emergência, articular políticas públicas para a adaptação de territórios e resiliência às mudanças climáticas – através da organização de voluntários e a integração de tecnologias digitais gratuitas.
Roda de conversa “Sob os olhos da coruja: uma conversa sobre cuidados digitais”
Zeilane Fernandes (Instituto Nupef) – Baseada nos exercícios de reflexões propostos pelo projeto Caburé, teremos uma conversa sobre cuidados digitais como um convite à desaceleração. A ideia é entender o que gostaríamos de proteger e sobre o que estamos nos protegendo, revisitando o que já foi feito para assim adotarmos os cuidados mais adequados.
14h às 15h30
Pipas Lab: oficina de tecnologia criativa (Espaço Kids)
Claudia Bernett, Eder Ferreira, Edlene Conrado e Flavia Costa (Pipas Labs) – A proposta é uma oficina de tecnologia criativa para crianças e adolescentes a partir de 12 anos de idade. Es participantes vão receber o Kit Guitarra Falante e vão construir uma guitarra de caixa que é física e digital e que através da tecnologia gera qualquer som, sem limites!
15h às 16h
Workshop “Acessibilidade Digital”
Isadora Machado – Após a exposição da legislação brasileira e conceitos em torno da acessibilidade web, teremos uma atividade prática ensinando como fazer uma divulgação acessível dos produtos culturais nas redes sociais, sites e arquivos PDF seguindo as orientações e boas práticas de acessibilidade.
Roda de conversa “Tecnopolíticas e coleta excessiva de dados na saúde”
Joyce Souza – A atividade discutirá as implicações sociais e econômicas da coleta excessiva de dados na área da saúde pública e privada.
Oficina “Cuidados integrais para pedestres da Internet”
Lucs – Oficina para ensinar proteções básicas contra os tipos de ameaça mais comuns na internet, sem necessidade de instalação de novos aplicativos.
15h30-17h
Cinelab Kids (Espaço Kids)
Andressa Hygino – A oficina irá oferecer uma experiência de contato com o audiovisual para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a partir do uso dos equipamentos básicos de filmagem. Vamos juntes brincar de compor imagens!
16h-17h
Oficina “Prazer é de corpo inteiro”
Maria Chantal – A oficina é um projeto para ajudar mulheres a mapearem seu prazer e perceberem o prazer através dos seus sentidos, com uma parte teórica e outra com exercícios práticos.
Debate “A evolução dos mecanismos de rastreamento e vigilância intrusivos em clientes web”
Rodolfo Avelino – A atividade fará um breve levantamento histórico sobre o surgimento e a evolução dos mecanismos de rastreamento e de vigilância intrusivos em navegadores Web atualmente, utilizados na navegação entre páginas na Internet. Também vamos analisar as características dos principais mecanismos de rastreamento de comportamento online intrusivos.
Oficina “Tecnoautoritarismo: diálogos e resistência”
Horrara Moreira (DataPrivacy) – Nesta oficina, participantes serão convidades a refletirem sobre o uso autoritário de tecnologias pelo governo para vigiar a população, ameaçando direitos e liberdades fundamentais. A ideia é que a oficina tenha um formato lúdico, através da produção de narrativas coletivas sobre a compreensão deste fenômeno.
17h às 18h
Oficina “Comunicação inclusiva e acessibilidade: possibilidades para ativistas e criadores de conteúdo”
Dhiego Monteiro e Le Abdul – Nesta atividade, trataremos do tema “comunicação inclusiva no digital”, voltada para criadores de conteúdo e outres usuáries de redes sociais e internet. Serão abordados tópicos como a importância da comunicação inclusiva, a linguagem inclusiva para pessoas LGBTQIAP+, linguagem respeitosa, linguagem inclusiva para pessoas com deficiência, entre outros.
Oficina “Maculelê” (Espaço Kids)
Juntos na missão – Nossa proposta é através da capoeira e suas vertentes trazer o conhecimento sobre nossos corpos e frisar a importância do cuidado com a saúde física, além do contato com nossa ancestralidade e a busca pela conexão com nossas raízes.
18h-19h
Sessão-chave: “Estude o Funk”
Taísa Machado – Nesta sessão será apresentado o trabalho que vem sendo feito pelo projeto Estude o Funk, um programa de aceleração artística que tem o objetivo de fomentar a cultura do funk carioca e a profissionalização de artistas da nova cena musical.
19h-20h
Oficina “Passinho carioca”
Thiago de Paula (Cia Passinho Carioca) – A Oficina Passinho Carioca tem como objetivo levar ao público em geral as bases que embalam esse movimento de dança, genuinamente carioca. A ideia é apresentar os termos e técnicas desenvolvidas até os dias atuais. Termos como Sabará, Cruzada e Embolada serão abordados durante a oficina.
20h
Criptofesta – Mostra Maré de Música
Serviço
Criptofunk
11 de novembro – a partir de 16h
12 de novembro de 2022 – a partir de 10h
Locais:
Galpão Bela Maré – Rua Bitencourt Sampaio, 169 – Maré
Centro de Artes da Maré – Rua Bitencourt Sampaio, 181 – Maré
Entrada Franca