UE e Ucrânia se reunirão em cúpula em Kiev na próxima sexta-feira. O presidente ucraniano acredita que a realização da cimeira na capital é uma mensagem forte enviada à Rússia. Volodymyr Zelensky espera que a reunião reflita uma forte cooperação e progresso com a UE e planeja implementar reformas para integrar o bloco europeu.
A cúpula com a UE é uma etapa crucial para a Ucrânia na busca de integração ao bloco europeu, após ter obtido o status de candidato à adesão.
Em seu discurso na terça-feira (31), o presidente ucraniano celebrou a realização da cúpula, visando um elevado nível de cooperação e avanço com a UE. “Estamos à espera de notícias para a Ucrânia”, disse Zelensky.
“O fato de esta cimeira ser realizada em Kiev é um forte sinal dirigido tanto aos nossos parceiros quanto aos nossos inimigos”, disse o primeiro-ministro ucraniano Denys Chmygal, ao declarar que espera da cúpula “uma avaliação provisória positiva dos nossos esforços para a integração europeia”.
O presidente ucraniano planeja realizar reformas governamentais como parte do processo de negociação para obter a adesão da Ucrânia à UE.
“O que é muito importante é que estamos preparando novas reformas na Ucrânia”, disse Zelensky, citado pela Reuters.
“São reformas que em muitos aspectos vão mudar as realidades sociais, jurídicas e políticas, tornando-as mais humanas, mais transparentes e mais eficazes”, acrescentou.
Nas últimas semanas, o governo de Zelensky tem enfrentado uma série de demissões devido a notícias de corrupção. A reestruturação é uma tentativa de combater a corrupção na Ucrânia, uma das principais condições da UE para a integração ao bloco europeu.
Políticos europeus
Boris Johnson, ex-premiê britânico e atual conservador inglês, pediu nesta quarta-feira (1°) o início imediato do processo de adesão da Ucrânia à OTAN, argumentando que é a única maneira de acabar com a guerra.
“Não temos alternativa. Se deixarmos a Ucrânia sem assistência, eles provavelmente perderiam esta guerra. E se eles perderem, todos nós perdemos”.
Tanques
Petr Pavel, ex-presidente do Comitê Militar da OTAN e atual presidente da República Tcheca, afirmou que a Ucrânia está moral e praticamente preparada para se juntar à aliança assim que o conflito terminar. Ele também defendeu o fornecimento de armas pelo Ocidente à Ucrânia:
“Não temos alternativa. Se deixarmos a Ucrânia sem assistência, eles provavelmente perderiam esta guerra. E se eles perderem, todos nós perdemos”.
A cúpula está programada para acontecer em dois dias, após o avanço nas negociações para o envio de tanques para a Ucrânia por parte dos aliados ocidentais, com o aval da Alemanha. Segundo o ministro de Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Kiev espera receber de 120 a 140 tanques do Ocidente para combater o exército russo.
Esta é a primeira vez que o número total de armas pesadas prometidas por aliados ocidentais é divulgado por Kiev. Anteriormente, a Ucrânia indicou precisar de várias centenas de tanques pesados, mísseis de longo alcance e aviões para realizar contra-ofensivas e reconquistar territórios ocupados pela Rússia. Além dos tanques Leopard 2 dos aliados, a Ucrânia também vai receber os M1 Abrams dos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou ontem que existem conversas em andamento com Kiev para planejar futura assistência militar, mas ele recusou a oferta de caças F16 para a Ucrânia, que solicitou o fortalecimento da sua aviação para enfrentar Moscou.
Completando-se um ano desde a invasão russa na Ucrânia, o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que está considerando enviar ajuda militar à Ucrânia. Em uma entrevista à CNN, ele também expressou disponibilidade para atuar como mediador entre a Rússia e a Ucrânia, caso seja solicitado.