A equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) pelos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior.
Esses depoimentos fazem parte do inquérito que investiga uma suposta conspiração que teria se formado no seio do governo federal, durante o segundo semestre de 2022, com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito naquele ano.
Os advogados do ex-presidente solicitaram que os registros do processo sejam atualizados com os “termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas”. Além dos ex-comandantes, foram ouvidos dezenas de investigados, incluindo militares que ocuparam cargos ministeriais durante o governo Bolsonaro.
Bolsonaro compareceu pessoalmente à PF para prestar depoimento, mas optou por permanecer em silêncio. A mesma opção foi tomada por outros investigados, como o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica foram ouvidos entre o final de fevereiro e o início de março, na condição de testemunhas. Até o momento, a PF não os incluiu na suposta conspiração golpista.
O depoimento de Freire Gomes teve duração aproximada de oito horas e está sob sigilo, sendo considerado um dos mais relevantes para esclarecer o planejamento de um golpe de Estado.
As declarações do ex-comandante do Exército continuam em segredo. De acordo com as informações disponíveis, Freire Gomes defendeu-se alegando ter resistido à suposta conspiração e implicou Bolsonaro no planejamento de uma minuta de decreto relacionada ao golpe.