Durante o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre um caso de suposta fraude na cota de gênero nas eleições para vereador em Central (BA) em 2020, a ministra do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, destacou que “a vida de uma mulher para chegar a qualquer cargo não é fácil”.
“Não é fácil para mulher chegar a qualquer cargo”, diz Cármen Lúcia
O processo em questão envolve candidatas que supostamente não participaram de suas próprias campanhas e teriam sido utilizadas por seus partidos para simular o cumprimento da cota de 30% de candidaturas femininas.
Cármen Lúcia contestou uma observação do ministro Raul Araújo, que ressaltou o rigor do TSE ao julgar casos de fraude em candidaturas de mulheres. Segundo o ministro, a possibilidade de condenação e inelegibilidade pode desencorajar candidaturas femininas nas eleições de outubro.
A ministra enfatizou que as mulheres são “invisibilizadas” e “silenciadas”, e que é crucial a presença delas na política, apesar das dificuldades.
“Colegas homens, pelo menos nesta bancada, tiveram facilidades que eu não tive e nem tenho. Isso não me desanima de ser juíza brasileira. Isso me torna mais comprometida e responsável com outras que não estou vendo. Não se preocupem, mulheres só desanimam quando não estão verdadeiramente dispostas”, afirmou a ministra.
Após quatro votos a favor do reconhecimento da fraude, o julgamento foi interrompido devido a um pedido de vista do ministro Nunes Marques.