A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou queda de 1,46% em agosto, atingindo R$ 7,035 trilhões, conforme relatório divulgado pelo Tesouro Nacional. A redução foi influenciada, principalmente, pelo vencimento de títulos corrigidos pela inflação. Em julho, o valor total da DPF era de R$ 7,139 trilhões.
Essa queda ocorre em meio a uma série de resgates de títulos prefixados e vinculados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que resultou no resgate de R$ 163,17 bilhões a mais do que foi emitido no mês. Ao mesmo tempo, a apropriação de R$ 57,46 bilhões em juros evitou uma redução ainda maior no montante da dívida.
Composição da Dívida e Impacto do Mercado Externo
A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), que corresponde aos títulos emitidos no mercado interno, também registrou queda, passando de R$ 6,822 trilhões em julho para R$ 6,716 trilhões em agosto, uma redução de 1,55%. O Tesouro emitiu R$ 107,55 bilhões em novos títulos, grande parte deles corrigidos pela Taxa Selic, enquanto resgatou R$ 270,72 bilhões, especialmente em papéis prefixados.
Por outro lado, a Dívida Pública Federal Externa (DPFe) subiu 0,48%, alcançando R$ 319,17 bilhões, principalmente devido à correção de juros, uma vez que o dólar apresentou queda de 0,1% no período.
Perspectivas e Planejamento para 2024
Apesar da queda em agosto, a DPF continua dentro das previsões do Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2024, que estima que o estoque da dívida pública terminará o ano entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões. O PAF revisado também prevê um aumento na proporção de títulos corrigidos pela Selic, que subiu de 44,95% em julho para 46,85% em agosto.
No entanto, a participação de títulos atrelados à inflação caiu de 29,28% para 26,43% devido ao grande volume de vencimentos. O prazo médio de vencimento da dívida subiu para 4,11 anos, o que indica maior confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos.
A dívida pública desempenha um papel fundamental no financiamento do governo, permitindo que ele pegue dinheiro emprestado de investidores e devolva com correção, seja pela Selic, inflação, dólar ou por taxas prefixadas.