Em um dia de intensa volatilidade nos mercados doméstico e internacional, o dólar atingiu R$ 5,588 nesta sexta-feira (28), registrando seu maior valor em dois anos e meio. A moeda norte-americana subiu 1,46% no dia, acumulando uma alta de 6,47% em junho e 15,15% no primeiro semestre de 2024.
A bolsa de valores, representada pelo índice Ibovespa, recuou 0,32%, fechando aos 123.911 pontos. No entanto, o índice conseguiu terminar o mês com uma valorização de 1,49%, apesar de acumular uma queda de 7,65% no ano.
O aumento do dólar foi influenciado por fatores internos e externos. Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor desacelerou em maio, o que inicialmente animou os mercados. Contudo, a alta nas taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, após um índice de confiança ao consumidor melhor do que o esperado, pressionou o dólar em países emergentes, incluindo o Brasil. Além disso, a tradicional demanda de dólares no último dia útil do semestre, impulsionada por multinacionais que remetem lucros ao exterior, contribuiu para a valorização da moeda.
Internamente, a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que criticou a Taxa Selic de 10,5% ao ano, e o déficit primário de R$ 63,9 bilhões do setor público em maio, agravaram o nervosismo no mercado. O déficit foi impactado pela antecipação do décimo terceiro da Previdência Social.
Com essa alta significativa no dólar e a oscilação no mercado de ações, investidores permanecem atentos às movimentações econômicas e políticas, tanto no Brasil quanto no exterior.