Em setembro, oito doutorandos indígenas brasileiros partirão para a França, onde participarão de um intercâmbio de seis a dez meses em instituições de ensino superior do país. O programa, intitulado Guatá, foi desenvolvido pela Embaixada da França no Brasil e busca promover a troca de conhecimentos entre os povos indígenas brasileiros e a academia europeia.
Entre os participantes está Maristela Aquino, de 44 anos, uma estudante guarani nhãndeva de Dourados, Mato Grosso do Sul. Maristela, que domina o guarani e o português, já iniciou o aprendizado do francês e se prepara para aprofundar suas pesquisas em agroecologia na Universidade Paris 8. Outro doutorando, Idjahure Kadiwel, de 34 anos, com raízes terena e kadiwéu, planeja explorar as tradições culturais de sua etnia em sua tese.
Os estudantes receberão uma bolsa mensal de 1.700 euros e serão acompanhados por professores supervisores durante sua estadia. O objetivo do programa é proporcionar uma imersão cultural e acadêmica, permitindo que os doutorandos indígenas levem seus conhecimentos ao exterior e retornem ao Brasil com novas perspectivas para suas comunidades.