A Enel (Entidade Nacional de Eletricidade) anunciou na quinta-feira (23) a substituição do presidente da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, em meio a críticas e questionamentos decorrentes de um apagão que afetou mais de 2 milhões de clientes em São Paulo. A mudança na liderança, que estava prevista desde outubro, está relacionada à aposentadoria do dirigente que ocupava o cargo nos últimos cinco anos.
Cotugno será sucedido por Antonio Scala, um executivo que já fazia parte da empresa. A Enel afirmou que o presidente em saída prorrogou sua saída até 22 de novembro para apoiar o processo de substituição e enfrentar os desafios recentes. Até a conclusão dos trâmites administrativos para a nomeação de Scala, Guilherme Gomes Lencastre, presidente do Conselho de Administração, assume interinamente.
A Enel, que atende mais de 15 milhões de clientes em distribuidoras nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, enfrentou críticas após um forte temporal deixar parte dos paulistas sem energia por mais de sete dias em novembro.
Em meio à crise, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o rompimento do contrato com a Enel, alegando interrupções no fornecimento e demora nas ligações para obras municipais.
A Enel também é alvo de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Vereadores e na Assembleia Legislativa, ambas criadas para investigar as causas do apagão. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito e propôs um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à Enel, buscando indenização para os mais de dois milhões de consumidores afetados.
A empresa tem 15 dias para responder ao TAC proposto pelo MPSP, que visa aumentar os investimentos para evitar episódios de desabastecimento.