O painel discutiu um dos desafios enfrentados pelos veículos jornalísticos digitais, que consiste em despertar o interesse da audiência em explorar conteúdos mais aprofundados sobre temas relevantes, mas nem sempre populares, indo além das informações de consumo imediato presentes em títulos e chamadas. Essa questão foi abordada de maneira recorrente durante as discussões, “Redes Sociais x Jornalismo: Por onde o público se informa primeiro?”, realizado na tarde de hoje (12).
Sérgio Maggi, Editor de Mídias Sociais dos jornais “O Globo” e “Extra”, ressaltou as transformações na produção e no consumo de conteúdo jornalístico impulsionadas pelo surgimento e pela popularização das redes sociais. “Nosso desafio é fazer o conteúdo chegar às pessoas e fazer com que elas consumam mais do que as chamadas [na capa]”, resume Maggi.
Com a inclusão das métricas de audiência na rotina das redações jornalísticas, os editores enfrentam um dilema: devem priorizar os assuntos populares do momento na internet ou aqueles com maior importância na economia e política, por exemplo. “Na maior parte das vezes, a manchete [do site] não é a notícia mais clicada”, conta Maggi. No entanto, colocar em destaque uma reportagem, em tese, menos relevante seria dar à notícia “um peso que ela não tem”, argumenta Maggi. “Mas precisamos também estar surfando nos assuntos do momento”, acrescenta.
“Nas redes sociais, o que está acontecendo naquele momento é o que vai produzir mais engajamento”, Wesley Cavalcante, um dos criadores do perfil Vai Desmaiar, que tem 930 mil seguidores no Twitter e se dedica a notícias de entretenimento, expressa sua opinião de que as redes sociais possibilitam a segmentação de conteúdo em nichos muito específicos.
No passado recente, o Facebook desempenhava um papel importante como porta de entrada para acessar conteúdo de sites jornalísticos, mas essa contribuição diminuiu significativamente devido às mudanças no algoritmo da rede social. Em 2018, a empresa anunciou que reduziria o volume de conteúdo jornalístico nos feeds dos usuários. Sergio Maggi destaca que atualmente o Facebook privilegia vídeos de curta duração, em grande parte devido à concorrência do TikTok.