Espetáculo celebra a arte e a trajetória de um dos casais mais icônicos do Carnaval carioca

O casal Rute Alves e Julinho Nascimento, mestres-sala e porta-bandeira da Unidos do Viradouro, ganha os palcos com o espetáculo teatral “O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira”. A montagem, que estreia no dia 18 de dezembro, na Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac), narra a trajetória profissional e pessoal de um dos casais mais celebrados da Sapucaí.

Com texto de Leonardo Bruno e idealização de Luiz Antonio Pilar, a peça tem direção e coreografia assinadas por Juliana Meziat e será apresentada com entrada gratuita. Além das apresentações nos dias 18, 20 e 21 de dezembro na Abac, o espetáculo terá uma sessão especial na quadra da Unidos do Viradouro, em Niterói, no dia 27 de dezembro.

A história de Rute e Julinho

Juntos há mais de 20 anos no Carnaval carioca, Rute e Julinho estreiam como protagonistas no teatro, dançando e interpretando os momentos mais marcantes de suas carreiras e vidas pessoais. Com um repertório musical que inclui clássicos como “Bumbum Paticumbum Prugurundum” e “O Canto Livre de Angola”, o espetáculo explora o universo das escolas de samba e o impacto emocional de momentos como conquistas de títulos e despedidas.

“É algo inovador na minha vida. Penso que é um presente chegar aos 51 anos, vivendo esse momento de maturidade no carnaval, e, ao mesmo tempo, ser presenteado com algo novo tão grandioso”, conta Julinho, que teve sua estreia como mestre-sala aos 16 anos na Escola de Samba Tradição, dançando ao lado da madrinha Vilma Nascimento, história contada no espetáculo. Os figurinos e objetos cênicos criados por Rute vão acompanhando a história dos dois. “Vou levar para a cena o boneco que eu carreguei nas costas no desfile de 2012 pela Vila Isabel. Tenho ele guardado até hoje”, lembra a artista.

Rute, por sua vez, relembra as dificuldades e superações em sua caminhada. Criada em uma família evangélica, ela descobriu sua paixão pelo Carnaval fora do ambiente familiar e se consolidou como uma das maiores porta-bandeiras do Brasil. “É uma honra levar ao palco não apenas nossa história, mas também os elementos e a essência do bailado, que é uma tradição brasileira,” afirma a artista.

A proposta do espetáculo

O texto de Leonardo Bruno foi desenvolvido a partir de entrevistas e vivências do casal. “Queríamos trazer à tona não apenas os acontecimentos, mas as sensações. O que significa para eles carregar uma bandeira, defender uma escola, ou enfrentar as dificuldades da carreira? É sobre a emoção por trás da dança e da tradição,” explica o autor.

A peça também reflete sobre a importância de preservar o bailado do mestre-sala e da porta-bandeira, um dos pilares da cultura carnavalesca brasileira.

Serviço

O Tradicional e o Moderno na Dança do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira