Um estudo realizado pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou uma série de anúncios ilegais contendo imagens de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Ministério da Justiça veiculados nas redes sociais da empresa Meta, que incluem Facebook, Instagram e WhatsApp. Esses anúncios, que totalizam pelo menos 981, foram divulgados entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024.
De acordo com o estudo, a maioria dos anúncios (810) contém fraudes, enquanto outros envolvem ataques diretos (103) ou a exploração das imagens dos ministros e das instituições para vender produtos e serviços (68). Entre as estratégias utilizadas, destacam-se a venda de soluções financeiras, equipamentos para computadores e até mesmo um suposto livro sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, alegadamente censurado pelo governo e pelo judiciário.
Os ministros mais frequentemente associados aos anúncios fraudulentos são Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. O estudo revela ainda que esses conteúdos foram vistos principalmente por homens acima de 45 anos, representando 36,5% do público alcançado.
Apesar das descobertas alarmantes, a empresa Meta afirmou, em nota, que o estudo da NetLab e seu viés “não refletem a escala do trabalho de integridade da Meta”. A empresa ressaltou que anúncios com o objetivo de enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidos em suas plataformas e que estão trabalhando em estreita colaboração com as autoridades brasileiras para reduzir a incidência de conteúdos fraudulentos.
O estudo destaca a urgência de uma regulamentação mais eficaz do setor, enfatizando a importância da transparência e da responsabilidade das plataformas digitais na veiculação e no monitoramento de anúncios online.