Em agosto de 2021, quando desembarcou pela primeira vez na América, essa brasileira, hoje aos 20 anos, estava prestes a desbravar um mundo totalmente desconhecido. Olhando para trás, a filha da contadora Rosana Sales e do administrador, mas hoje motorista de aplicativo, Walter Ramos se orgulha de sua trajetória. Afinal, ela acaba de concluir, com GPA (Grade Point Average) 3.9 (o máximo é 4), o curso de Biologia no Seward County Saints, na cidade de Liberal, no Kansas, universidade pela qual também jogou vôlei. Seu ótimo desempenho lhe abriu portas para, em agosto, iniciar uma nova faculdade: A Western New Mexico University, onde vai cursar Ciência Ambiente.
Ao mesmo tempo em que celebra cada conquista, Jéssica mostra maturidade ao analisar a trajetória na América até aqui:
– Acredito que os maiores aprendizados que eu tive morando nos EUA foi quebrar as barreiras linguísticas e culturais. Venho tendo muita convivência com pessoas de outros países, outros idiomas e culturas diferentes. Então, esse foi um dos maiores desafios que tive, mas consegui aprender muito com isso.
Obviamente, o GPA de 3.9 também é motivo de orgulho para a estudante e atleta:
– Esse resultado foi uma consequência do trabalho duro que tive. Abri mão de muita coisa para estar aqui e tive uma oportunidade incrível de continuar fazendo o que eu amo e eu trabalhei muito pra conseguir me manter aqui. Esse GPA me mostra que valeram a pena os esforços que ainda faço para continuar e aproveitar ainda mais essa oportunidade.
Por ora, enquanto as aulas na nova universidade não começam, a estudante está na contagem regressiva para maio, quando voltará ao Brasil matar as saudades da família e dos amigos.
– Eu consegui voltar pro Brasil em maio do ano passado e fiquei quase três meses. Não consegui voltar para o Natal nestes últimos anos, mas conseguirei voltar ao Rio em maio de novo. Vou aproveitar bastante esse período com minha família e amigos.
Para minimizar a saudade, faz parte da rotina de Jessica, desde a chegada à América, falar com a mãe todos os dias.
– Ela foi a pessoa que mais me apoiou nessa minha decisão. No começo, ela ficou meio preocupada da filha morar em outro país, mas me deu todo o suporte que eu precisava e está me apoiando ainda mais nessa nova fase que vou começar.
Gratidão ao CEL
Para realizar o sonho de estudar e jogar nos EUA, foram fundamentais os seis anos nos quais a carioca estudou no CEL Intercultural School, no Rio de Janeiro:
– O CEL me mostrou que era possível vir estudar nos EUA com a ajuda do vôlei. Eles já tinham ajudado alguns atletas que eu conhecia a vir estudar aqui. O colégio me ajudou e me incentivou bastante a correr atrás dos meus sonhos – destaca a universitária, que agradece, também, o carinho e suporte recebido dos professores e funcionários da escola.
E, para Jessica, a expectativa é a melhor possível para a nova universidade:
– Estou muito animada tanto em relação ao vôlei quanto aos estudos. O treinador é o mesmo que esteve comigo na Seward e me ofereceu uma bolsa para continuar nesse novo programa com mais duas atletas que estiveram com a gente nesses últimos dois anos. Essa faculdade tem um ótimo programa de Ciência Ambiental focado em florestas. Eles possuem um campo bem amplo nessa área.