Ainda há quem torça o nariz, mas, nos dias de hoje, os influenciadores digitais são pilares essenciais para manter erguida a ponte entre marcas e clientes. Isso porque quem acompanha a vida dos famosos da internet se torna íntimo daquela conta, ou seja, as propagandas vinculadas a um influenciador são vistas como confiáveis por quem os segue.
O sucesso da Gkay e sua “Farofa” é um grande exemplo disso. De acordo com dados da plataforma de gerenciamento de visibilidade online, Semrush, em dezembro do último ano, o nome da influenciadora foi pesquisado mais de 1 milhão e 200 mil vezes e o termo “Farofa da Gkay” 201 mil. Uma grande conquista se analisarmos que, no restante do ano, o máximo que a influenciadora conseguiu em um mês, ainda que um número alto, foram 246 mil buscas. A edição de 2021 bombou tanto que, em 2022, o evento sairá da internet e será transmitido ao vivo na televisão e no streaming, reunindo grandes nomes como Anitta, Pabllo Vittar, Pedro Sampaio e Ivete Sangalo.
As grandes marcas estão de olho no evento. A Dailus, por exemplo, lançou uma coleção exclusiva de esmaltes inspirada na festa. A estratégia, conhecida como Marketing de Influência, une a visibilidade dos influenciadores com a confiança que o público deposita nesses nomes para aumentar as vendas das marcas. Mas o que as empresas devem aprender com a Farofa da Gkay? Para entender essas “lições de casa”, separamos as opiniões de 3 especialistas sobre o assunto. Confira:
Victor Paschoal, da CleverTap: “Influenciadores aproximam a marca do cliente e a tornam a mais humana”
Investir em influenciadores é investir também na aproximação do cliente com a sua marca. “Quando o consumidor vê uma empresa conhecida divulgando um produto em uma conta que ele também segue e confia, a relação tende a ser otimizada, porque mostra que seus pensamentos estão alinhados com a empresa. Isso faz com que a empresa se torne mais humana”, explica Victor Paschoal, Head de Marketing Latam da CleverTap, plataforma de retenção e engajamento de usuários.
Diferentemente de revistas, jornais, rádios e televisão, onde as propagandas são mais abrangentes por ter um público diversificado, os influenciadores têm um tipo de perfil específico que os seguem. Então, as marcas conseguem analisar seus objetivos de forma mais eficaz, encontrando influenciadores específicos para os produtos e serviços divulgados. “Assim como as empresas possuem um perfil de clientes, os influenciadores também possuem um tipo específico de seguidor. As marcas precisam fazer essa pesquisa para encontrar quem está alinhado com o público. Para uma empresa local, por exemplo, é mais estratégico investir em um influenciador que é engajado com o público da cidade, do que grandes nomes da internet”, conta o especialista.
Ane Oiticica, da Agência Califórnia: “Mesmo quem está fora da festa pode surfar nos assuntos do evento”
A Farofa é um evento que mobiliza todas as redes sociais e afeta o mundo do marketing como um todo, para Ane Oiticica, Content Manager & Cool Hunter da Agência Califórnia, a onda que o evento proporciona pode ser aproveitada de diversas maneiras.
“Quando falamos de relevância na internet, a Farofa da Gkay é um dos cases de maior sucesso da atualidade. Durante três dias, as redes param para falar do que acontece no evento: os shows, as celebridades, quem pegou quem – tudo ocupa o espaço nos assuntos mais comentados. Você acorda e todos os trending topics estão relacionados com a festa. Do lado de cá, a gente fica de olho em tudo que acontece. Conhecer novos influenciadores, aproveitar as oportunidades – porque mesmo quem está fora da festa, pode surfar nos assuntos. Na edição de 2021, rolou o reencontro de Solange Almeida e Xand Avião no palco da Farofa. Na época, ambos eram patrocinados pela Skol, que não perdeu tempo e celebrou a reconciliação no Twitter – ganhando de volta, o engajamento do público que estava ligado na festa!”, explica Ane.
Erich Casagrande, da Semrush: “Consumidores preferem postagens em redes sociais aos anúncios tradicionais”
A eficiência dos anúncios tradicionais está em declínio, enquanto as colaborações com influenciadores continuam a se tornar incrivelmente bem-sucedidas. Para Erich Casagrande, Líder de Marketing da Semrush no Brasil, isso se deve principalmente ao fato de que os consumidores preferem postagens em redes sociais aos anúncios tradicionais, e o engajamento com eles é feito de uma forma totalmente diferente: “A colaboração com um influenciador não é percebida como se você estivesse sendo alvo de publicidades da mesma forma. As pessoas olham aquela ‘publi’ como uma dica oferecida por uma pessoa de confiança”.
O marketing de influência é uma forma fantástica de alcançar novos públicos engajados ativamente com conteúdo e pode ser uma maneira com bom custo-benefício de aumentar rapidamente a consciência de marca de produtos e negócios. Além de encontrar o influenciador certo para cada campanha, é preciso ficar atento também ao desempenho. “Se quiser monitorar a atividade entre as postagens, você pode fazer isso atribuindo uma hashtag para cada influenciador e usá-la com as postagens dele nas plataformas de redes sociais. Isso facilita o monitoramento da atividade da campanha e o engajamento com ela”, analisa Erich.