Nesta segunda-feira (29), representantes de favelas de diversos países dão início a uma série de conferências para debater questões e propostas voltadas para esses territórios, visando à cúpula do G20, programada para novembro na cidade do Rio de Janeiro. A primeira Conferência Internacional das Favelas-20 está sendo realizada no Complexo da Penha, no Rio.
Até setembro deste ano, estão planejadas conferências em mais de 3 mil favelas nas 27 unidades federativas do Brasil e em outros 40 países, como Moçambique, Congo, Cazaquistão e Bélgica. O objetivo é reunir ideias e sugestões para serem apresentadas aos líderes do G20, composto por 19 das principais economias globais, além da União Europeia e da União Africana.
Para Celso Athayde, cofundador da Central Única das Favelas (CUFA), as favelas desempenham um papel significativo no desenvolvimento do país, principalmente por meio de sua mão de obra. No entanto, ele ressalta que, muitas vezes, as vozes e pensamentos dessas comunidades não são considerados pelo poder público.
Athayde afirma: “É a chance que a favela tem de mostrar que tem capacidade de pensar sobre os temas que os governos estão propondo: a sustentabilidade, os direitos humanos, a [redução da] desigualdade”. Ele destaca a importância de as favelas se organizarem e participarem ativamente das discussões, buscando protagonismo em agendas que também lhes dizem respeito.
Após as conferências locais, serão realizados eventos estaduais e nacionais nos 41 países envolvidos, visando fazer ouvir as vozes das comunidades e apresentar suas demandas aos líderes mundiais. Athayde enfatiza que cabe aos chefes de Estado considerar essas sugestões, enquanto a responsabilidade das favelas é demonstrar sua capacidade de serem protagonistas em questões que afetam suas vidas.