Com uma média de 13,54°C, a temperatura do ar em fevereiro de 2024 superou o recorde anterior, estabelecido em 2016, por 0,12°C. Desde junho de 2023, todos os meses têm batido recordes históricos de temperatura, evidenciando uma tendência preocupante.
O diretor do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, Carlo Buontempo, ressaltou que o clima está respondendo diretamente às concentrações atuais de gases de efeito estufa. Ele alertou que, a menos que medidas sejam tomadas para estabilizá-las, é inevitável que novos recordes de temperatura global sejam alcançados, com suas consequências devastadoras.
Além disso, fevereiro de 2024 foi 1,77°C mais quente do que a média estimada para o período pré-industrial (1850-1900), destacando o impacto das atividades humanas sobre o clima global.
As temperaturas europeias em fevereiro foram especialmente afetadas, registrando uma média 3,30°C acima do período de referência de 1991-2020. Fora da Europa, áreas como o Norte da Sibéria, o centro e Noroeste da América do Norte, grande parte da América do Sul, África e Oeste da Austrália também testemunharam temperaturas acima da média.
O fenômeno El Niño continuou a enfraquecer no Pacífico equatorial, mas as temperaturas globais do ar marítimo permaneceram elevadas. A temperatura média global da superfície do mar atingiu 21,06°C em fevereiro, estabelecendo um novo recorde em comparação com todos os meses anteriores.
Quanto à precipitação, fevereiro foi mais úmido do que a média em várias regiões, incluindo partes da Europa, América do Norte, Ásia Central, China, Japão, Brasil, África Austral e Austrália. No entanto, algumas áreas, como América do Norte, Chifre da África, Península Arábica, Ásia Central e partes da América do Sul e Austrália, registraram condições mais secas do que o normal.
Em relação à extensão do gelo do Ártico, embora tenha sido 2% inferior à média em fevereiro, ainda não atingiu os níveis mínimos observados em décadas anteriores. No entanto, permanece significativamente abaixo dos valores das décadas de 1980 e 1990, destacando a contínua tendência de declínio do gelo do Ártico.