Na sessão virtual desta segunda-feira (2), a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a liminar do ministro Alexandre de Moraes que suspendeu a operação da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, em território brasileiro. O ministro Flávio Dino foi um dos que já votou a favor da medida, fundamentando sua decisão nos princípios da soberania nacional e da democracia.
Flávio Dino argumentou que a soberania do Brasil exclui qualquer imposição externa, e que cabe ao STF, como órgão de cúpula do Judiciário, interpretar as leis nacionais. Ele destacou que é inadmissível que uma empresa estrangeira tente impor sua visão sobre quais regras devem ser seguidas no país, salientando que os estados são responsáveis por prevenir ou sancionar abusos cometidos por pessoas ou empresas em seu território.
Além disso, Dino reforçou que a soberania nacional é essencial para a manutenção da democracia. Para ele, a falta de soberania compromete a própria democracia, enfraquecendo a cidadania e os direitos humanos, incluindo a liberdade.
Respeito à Autoridade Judicial
Outro ponto crucial levantado por Dino é a importância do respeito às decisões judiciais. Ele afirmou que ninguém está acima da lei e que a liberdade de expressão não justifica a violação do ordenamento jurídico. Dino destacou que não existe liberdade sem regulação, pois, sem ela, a própria liberdade estaria em risco.
Lucro e Governança Digital
O ministro também mencionou o lucro das plataformas digitais como justificativa para a regulação, visto que essas empresas se beneficiam economicamente ao impulsionar conteúdos e patrocínios. Dino criticou a alegação de censura por parte do dono da X, Elon Musk, lembrando que as redes sociais já exercem controle por meio de seus termos de uso e que a atuação do Estado é uma extensão legítima desse controle.
Por fim, Dino defendeu a necessidade de uma governança digital pública, alertando sobre os riscos de concentração de poder em poucas empresas, que poderiam ditar regras sem considerar as consequências negativas de seus negócios.
Contexto do Caso
A suspensão da rede X foi determinada por Alexandre de Moraes após a plataforma descumprir decisões judiciais, encerrar seu escritório no Brasil e não apresentar um representante legal no país, em desacordo com o Código Civil brasileiro. A decisão do STF agora aguarda os votos dos ministros Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia, com a sessão aberta até a meia-noite.