O Ministério da Defesa anunciou uma nova etapa da Operação Catrimani, destinada ao combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). Esta segunda fase da operação, que ocorrerá de abril a dezembro deste ano, tem como objetivo conter as atividades ilícitas que têm impactado negativamente a vida dos Yanomami.
A diretriz, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (8), delineia a atuação das Forças Armadas, que serão mobilizadas para interromper o fluxo logístico e inutilizar a infraestrutura de apoio ao garimpo ilegal na região. Para coordenar essas ações, será estabelecido um posto de comando na cidade de Boa Vista, em Roraima.
Esta é a segunda vez que o Comando Conjunto Catrimani é ativado para apoiar os Yanomami. Na primeira etapa, foram realizadas ações humanitárias de transporte e distribuição de alimentos, além de atendimentos médicos e evacuações aeromédicas. Desde janeiro de 2023, mais de 36,6 mil cestas de alimentos foram entregues e milhares de atendimentos médicos foram realizados.
A reserva dos Yanomami é a maior do país, abrangendo uma área de mais de nove milhões de hectares nos estados de Roraima e Amazonas. Com uma população de mais de 27,1 mil indígenas distribuídos em nove aldeias, a região enfrenta sérios problemas decorrentes do garimpo ilegal, incluindo contaminação por mercúrio.
A atividade criminosa não apenas afeta a subsistência dos Yanomami pela redução dos recursos naturais, mas também causa danos à saúde da comunidade devido à contaminação por mercúrio. A persistência desses problemas levou o governo federal a decretar emergência em saúde pública em janeiro de 2023 e a iniciar uma força-tarefa para desintrusão do território Yanomami. Apesar dos esforços, o combate ao garimpo ilegal continua sendo uma prioridade para garantir o bem-estar e os direitos dos indígenas.