Um relatório elaborado por associações indígenas, como Hutukara Associação Yanomami, Wanassedume Ye’kwana (Seduume), e Urihi Yanomami, com o apoio técnico do Instituto Socioambiental (ISA) e do Greenpeace, revela que, apesar de uma desaceleração no garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), as atividades criminosas persistem, afetando a saúde e o território.
O documento destaca que, em 2023, a área total impactada pelo garimpo na TIY cresceu cerca de 7%, atingindo 5.432 hectares. Embora represente uma desaceleração em comparação com anos anteriores, o garimpo ilegal continua prejudicando a saúde da população, com baixa cobertura vacinal, problemas de saúde e mortes evitáveis.
O escritor e líder indígena, Davi Kopenawa, expressou preocupação: “Garimpeiros estão voltando para continuar garimpando, mas agora chega de maltratar meu povo yanomami e ye’kwana.”
O relatório aponta para a mudança na dinâmica do garimpo ilegal ao longo de 2023, mencionando a expulsão de cerca de 80% dos invasores no primeiro semestre. No entanto, após o relaxamento das medidas, observou-se a reativação e intensificação da exploração em diversas zonas, com mudanças nos centros de distribuição logística do garimpo.
Destaca-se que a presença contínua do garimpo afeta negativamente o atendimento de saúde, impedindo a retomada das ações de promoção e prevenção em muitas comunidades vulneráveis. A falta de visitas regulares afeta a vacinação, e casos de malária continuam aumentando.
O relatório pede a retomada efetiva das operações de desintrusão de garimpeiros, um plano de proteção territorial abrangente e a possibilidade de mudança das comunidades indígenas de áreas mais afetadas.