Durante uma reunião da cúpula de governo do então presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno fez sugestões controversas, incluindo a defesa de rompimentos institucionais e a necessidade de agir antes das eleições de 2022. O encontro, agora revelado em um vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), levanta preocupações sobre a estabilidade democrática e os bastidores do poder no Brasil.
O vídeo, parte da investigação da Operação Tempus Veritatis, realizada pela Polícia Federal, mostra Heleno expressando preocupações com vazamentos de informações sensíveis, especialmente relacionadas à atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em meio a essas preocupações, Bolsonaro interrompeu Heleno, destacando a sensibilidade do assunto e sugerindo que fosse discutido em particular.
Um dos pontos abordados por Heleno foi a possibilidade de agentes da Abin estarem infiltrados de forma estratégica em um ano eleitoral, levantando questões sobre a integridade do processo democrático. Sua sugestão de que ações extremas, como um rompimento institucional, fossem consideradas antes das eleições, provocou debates sobre os limites do poder presidencial e o respeito às instituições democráticas.
Em sua fala, Heleno ressaltou a falta de uma “segunda chance” nas eleições e a dificuldade de implementar mudanças significativas após o processo eleitoral. Ele propôs a Bolsonaro que medidas drásticas fossem tomadas para manter o poder, indicando um cenário de crescente instabilidade política e jurídica.
As repercussões dessas revelações levantaram questionamentos sobre os valores democráticos no Brasil e a conduta dos líderes políticos. Enquanto Augusto Heleno optou por não comentar o caso, a defesa de Jair Bolsonaro enfatizou seu compromisso com o Estado Democrático de Direito, negando qualquer envolvimento em atividades que ameacem as instituições democráticas do país.