A decisão do governador Cláudio Castro de recriar a Secretaria de Segurança Pública do Rio, anunciada na segunda-feira (27), contradiz uma declaração feita por ele mesmo menos de dois meses atrás. Em outubro, durante uma onda de violência na Região Metropolitana, Castro afirmou em entrevista à GloboNews que a secretaria “não faz a menor falta” e que os números eram melhores sem ela.
A recriação da pasta resulta na subordinação das polícias Civil e Militar à Seseg, que havia sido extinta por Wilson Witzel em 2019. O delegado federal Victor César dos Santos assumirá como secretário de Segurança, sendo sua nomeação parte dos esforços para lidar com a crise na segurança pública do estado.
“A experiência anterior – do exercício da política de segurança pública através de uma Secretaria de Segurança – demonstrou o total fracasso da ideia na qual o Governador agora volta a insistir, contrariando inclusive seus próprios discursos sobre a desnecessidade e a ineficiência de uma Secretaria Política de Segurança”, diz a nota.
O sindicato chama a Seseg de “malfadada”: “Estrutura administrativa onerosa, lenta e ineficiente, que abrigava diversos apadrinhados políticos e que, em um passado próximo, seu fracasso culminou em uma intervenção federal, sem precedentes, na política de segurança do estado”.
O Rio de Janeiro enfrenta uma situação crítica na segurança, levando à implementação de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos desde 6 de novembro, com a participação de 3,7 mil militares das Forças Armadas. A medida, autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem previsão de vigência até maio de 2024.