O governo federal estima que a fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul seja concluída em um prazo de 12 meses. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (6) pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante participação no programa Bom Dia, Ministro, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Esse é o prazo que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] tem colocado. As companhias aéreas estão no processo de dar entrada na documentação. A gente está aguardando. Nós já nos reunimos com o presidente da Latam, com o presidente da Azul e com o presidente da Gol”, afirmou o ministro.
Na próxima semana, está prevista uma reunião entre o Ministério e o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, para acompanhar o andamento do processo. Costa Filho ressaltou que, caso a fusão se concretize, o governo não permitirá aumentos abusivos no preço das passagens. “O Cade tem que ter um olhar para isso”, enfatizou.
Apesar da alta do dólar no final do ano passado, o governo destaca que houve uma redução de 5% no custo médio das passagens aéreas. Além disso, Costa Filho ressaltou que Azul e Gol estão investindo na ampliação de suas frotas, com a aquisição de cerca de 50 novas aeronaves, o que contribuirá para o fortalecimento da aviação regional no Brasil.
Entenda a fusão
A Azul e a holding Abra, que controla a Gol e a Avianca, assinaram, no último dia 15, um memorando de entendimento para dar início às negociações de fusão. Caso a união seja aprovada, a nova empresa passará a concentrar 60% do mercado aéreo brasileiro.
A fusão ainda depende da conclusão do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, prevista para abril. A governança da nova companhia será compartilhada, com três conselheiros indicados pela Abra, três pela Azul e três independentes. O CEO da Azul, John Rodgerson, assumirá a presidência do grupo após aprovação do Cade e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Apesar da fusão, as marcas Gol e Azul continuarão operando de forma independente. No entanto, as companhias poderão compartilhar aeronaves e otimizar rotas, facilitando conexões entre grandes centros e destinos regionais.
Os desdobramentos da fusão seguem sob monitoramento do governo e dos órgãos reguladores para garantir que a integração das operações beneficie tanto o setor quanto os consumidores.