Nesta sexta-feira (17), o Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, reabriu 100 leitos após a troca de gestão implementada pelo Ministério da Saúde. A unidade, que enfrentava graves problemas de infraestrutura e funcionamento limitado, passou a ser administrada pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) em outubro de 2024.
A mudança faz parte de um plano nacional para melhorar a eficiência das unidades federais de saúde, que incluem seis hospitais no Rio. O GHC é uma empresa pública com histórico de gestão hospitalar em Porto Alegre.
Investimentos e melhorias
O Ministério da Saúde destinou R$ 263,7 milhões para reestruturar o Hospital Federal de Bonsucesso, incluindo a contratação de 1,8 mil funcionários, compra de equipamentos e reparos de infraestrutura. A unidade recebeu cabeamento elétrico, geradores, novos equipamentos médicos e adequações prediais.
Dos leitos reabertos, 88 são de enfermaria e 12 de UTI. A previsão é que mais 118 leitos sejam entregues até o fim de janeiro, totalizando 423 leitos em operação. A emergência, fechada há seis anos, deve ser reaberta em breve.
Impacto no atendimento
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a reabertura do hospital deve reduzir em 20% a fila de espera por leitos na capital, que atualmente é de cerca de 495 pessoas. A unidade também retomou serviços especializados, como transplantes de córnea e rim, além de cirurgias cardíacas.
A superintendente Elaine Lopez destacou que o hospital é um dos poucos no estado que realiza transplantes em crianças e adultos.
Resistência inicial e diálogo com servidores
A transferência da gestão para o GHC enfrentou resistência inicial de sindicatos, que criticaram a falta de diálogo com os servidores. No entanto, o diretor-presidente do GHC, Gilberto Barichello, afirmou ter retomado o diálogo com as categorias e destacou a importância do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, que representa quase 1 mil trabalhadores da unidade.
Plano de reestruturação
A mudança no Hospital Federal de Bonsucesso faz parte de um plano maior de reestruturação dos hospitais federais no Rio de Janeiro. Entre as medidas já implementadas:
- Hospital Federal do Andaraí e Hospital Cardoso Fontes: Transferidos para a administração da prefeitura, com reabertura de 214 leitos.
- Hospital dos Servidores do Estado: Fusão com o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle para criação de um hospital universitário em parceria com a Unirio e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
- Hospitais da Lagoa e Ipanema: Estudo para melhorias sem mudanças de administração.
A ministra Nísia Trindade ressaltou que as mudanças visam garantir atendimento mais eficiente e ampliar o acesso da população aos serviços especializados, especialmente em regiões como a Baixada Fluminense. “Tudo está sendo feito para oferecer um padrão de atendimento igual ou superior ao anterior”, concluiu.