O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (22), as correções de inconsistências detectadas no Censo Demográfico de 2022. De acordo com o IBGE, esse procedimento é padrão em operações censitárias globais. No Brasil, essa prática ocorre desde 1970, mas é a primeira vez que o instituto torna públicas as taxas de erros.
A pesquisadora do IBGE, Juliana de Queiroz, destacou que todo censo, dada a sua complexidade e o vasto território do Brasil, está sujeito a algum nível de imprecisão. A correção desses erros é realizada pela Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE), que revisita uma amostra dos domicílios listados no Censo e reavalia possíveis omissões e inclusões indevidas.
Tipos de Erros Detectados
Os erros de omissão identificados incluem a falta de registro de pessoas ou domicílios, como quando uma casa em um terreno com mais de uma residência não é contabilizada. Também ocorre quando um morador não é listado, como estudantes que moram fora temporariamente. Além disso, erros podem ocorrer ao classificar domicílios ocupados como vagos ou de uso ocasional, ou quando a entrevista não é realizada.
Já os erros de inclusão indevida referem-se a contar um mesmo domicílio como dois diferentes, ou quando recenseadores invadem a área de outro, resultando em contagem duplicada. Outro exemplo é a inclusão de pessoas que estão apenas visitando e não são residentes fixos.
A PPE constatou que a taxa de omissão do Censo foi de 12,2%, enquanto a taxa de inclusão indevida ficou em 3,3%. O erro líquido de cobertura, que relaciona essas duas taxas, foi de 8,3%.
Distribuição dos Erros
A maior parte dos erros (13,2%) ocorreu em municípios com mais de 1 milhão de habitantes, que concentram 20% da população nacional. Nos municípios menores, com menos de 14 mil habitantes, o índice de erros foi significativamente menor, atingindo apenas 3,9%.
O Rio de Janeiro liderou como o estado com maior taxa de erro (15,5%), seguido por Rondônia (11,2%), Roraima (10,9%), Amapá e São Paulo (ambos com 10,8%). Em contraste, estados como Paraíba (3,8%), Piauí (4,1%) e Alagoas (4,8%) apresentaram as menores taxas de correções.
Em termos de faixa etária, os maiores percentuais de erro foram registrados entre jovens de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos, além de crianças de até 4 anos.
Os dados corrigidos pelo PPE permitem uma reestimação da população, contribuindo para aprimorar as futuras pesquisas do IBGE.