Apesar do avanço no IDH, o Brasil desceu duas posições no ranking global da ONU, agora ocupando a 89ª colocação entre 193 países. Em 2020, o país estava na 84ª posição, registrando um IDH de 0,758. O índice ainda não recuperou os níveis pré-pandêmicos de 2019, quando atingiu 0,764.
O IDH, que avalia indicadores como educação, saúde, renda e expectativa de vida, é uma medida importante do bem-estar da população. Seu valor varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento humano do país.
Desde 1990, o IDH do Brasil cresceu 22,6%, com quedas apenas em 2015, 2020 e 2021. Contudo, os dados do Pnud mostram que, desde o início da pandemia, a disparidade entre os IDHs de países ricos e pobres vem aumentando, revertendo a tendência de aproximação observada desde 1990.
Impacto da pandemia e políticas públicas
Maitê Gauto, gerente de Programas, Incidências e Campanhas da Oxfam Brasil, destacou que o país enfrentou dificuldades econômicas desde 2015, agravadas pela pandemia. O aumento da fome, atingindo cerca de 33 milhões de pessoas, é um dos reflexos dessa situação.
Mesmo com políticas como o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família, o país não conseguiu retomar o IDH anterior à pandemia. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) ressaltou a redução de verbas nas políticas sociais até 2022, refletindo negativamente nas condições de vida da população.
Comparação regional e internacional
No cenário latino-americano e caribenho, o Brasil ficou na 17ª posição, atrás de países como México, Equador, Cuba e Peru. Chile, Argentina e Uruguai lideram a lista nessa região.
Globalmente, a liderança do ranking pertence a Suíça, Noruega e Islândia, enquanto Somália e Sudão do Sul ocupam as últimas posições. A lista completa pode ser consultada no site da ONU.