No último sábado, a Imperatriz Leopoldinense, atual vice-campeã do Carnaval Carioca, definiu os três sambas finalistas para o carnaval de 2025.
Com o enredo “Ómi Tútú ao Alúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira. Este enredo marca um hiato de 46 anos, desde a última vez que a escola de Ramos, volta a apresentar a temática afro-religiosa ligada à mitologia dos orixás como eixo principal. A última vez foi em 1979, quando trouxe o orixá Oxumaré, como foco central de seu enredo.
Neste sábado, quatro sambas se apresentaram e apenas um fôra eliminado.
O evento contou com a participação de integrantes das co-irmãs , Unidos de Vila Isabel e da Unidos de Padre Miguel.
Lembrando que a final de sambas de enredo será no dia 27 de setembro, e entre os finalistas estão as parcerias de Guga, Josimar, Márcio André Filho, Inácio Rios, Zé Inácio e Igor Federal;
Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro;
Gabriel Coelho, Moisés Santiago, Luiz Brinquinho, Chicão, Miguel Dibo e Orlando Ambrosio
Gabriel Coelho, Moisés Santiago, Luiz Brinquinho, Chicão, Miguel Dibo e Orlando Ambrosio
A parceria eliminada foi a de Renan Gêmeo, Raphael Richaid, Rodrigo Gêmeo, Silvio Mesquita, Sandro Compositor e Marcelo Adnet.
Reforçando, a Imperatriz será a segunda escola a desfilar, no domingo de carnaval.
-Confira a letra dos sambas finalistas.
SAMBA 02
Autores: Guga, Josimar, Marcio André Filho, Inácio Rios, Zé Inácio e Igor Federal.
IFON
NA VALENTIA DO CORTEJO REINA OXALÁ
PARTIU DAQUI
IMPONENTE REI COM SEU OPAXORÔ
NA SOMBRA DO ALÁ
PROCUROU BABALAÔ, VIU O MAL NO SEU ODÚ
ROUPA BRANCA PRA JORNADA
NAALGIBEIRA LEVE ÒSÈ DUDU
OFEREÇA, NUNCA SE ESQUEÇA DE EXÚ” BIS
CAI O VÉU DA NOITE
NÃO ESTÁ SOZINHO
QUANDO OUVIU A GARGALHADA
SEGUIU SEU CAMINHO
ZOMBETEIRO DERRAMOU
VINHO DE PALMA, CARVÃO E DENDÊ
ENCARDIDO, INJUSTIÇADO
EM SILÊNCIO PRA VIVER
NÃO SAUDARAM NA CHEGADA
VISTO COMO MAL FEITOR
E “O TAMBOR DO ALABÊ SE CALOU”
NO REINO DE OYÓ A JUSTIÇA SE ESPERA
OBÁ BUSCOU
OLUÔ NO TABULEIRO REVELOU
PEGUE O OXÊ PRA CORTAR PRO LADO CERTO, KAÔ BIS
EPA BABA SALVE O AMIGO DE XANGÔ
OPOM-IFÁ EM DIVINAÇÃO TERÁ
A RESPOSTAAO ALAFIN
REDENÇÃO DE OXALÁ
AS ÁGUAS CURAM O SENHOR DE IFÓN
OMI TUTÚ AO OLUFÓN
Ô Ô Ô Ô A ESPERANÇA VAI SE RENOVAR
Ô Ô Ô Ô SÃO DERRAMADAS SOBRE O OTA
ANTES DE UM NOVO AMANHECER
O CORO COME NUMA NOITE DE XIRÊ
CHEGA O POVO DE RAMOS
LAVAAALMA FAZ A FESTA
E O SOBERANO SE MANIFESTA
TOCA O ALABÊ, DANÇA IABÁ
NAS MÃOS DA IABASSÊ, EBÔ E ACAÇÁ
ONÍ SE AWURE TRAGO SEU ADÊ BIS
PRA IMPERATRIZ INCORPORAR NO ILÊ
SAMBA 07
AUTORES: ME LEVA, THIAGO MEINERS, MIGUEL DA IMPERATRIZ, JORGE ARTHUR, DANIEL PAIXÃO E WILSON MINEIRO
INTÉRPRETES: TINGA E IGOR VIANNACANTORA CONVIDADA: JÉSSICA ELLEN
VAI COMEÇAR O ITAN DE OXALÁ
SEGUE O CORTEJO FUNFUN PRO SENHOR DE IFÓN, BABÁ
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor
Vê o doce se tornar o fel
OFEREÇA PRA EXÚ… UM EBÓ PRA PROTEGER
PENITÊNCIA DE EXÚ, NÃO SE DEIXA ARREFECER
ELE ROMPE O SILÊNCIO COM A SUA GARGALHADA
É CANCELA FECHADA, É O FARDO DE DEVER
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
JUSTIÇA MAIOR É DE MEU PAI XANGÔ
NO DENDEZEIRO, A JUSTIÇA VERDADEIRA
(MEU PAI XANGÔ MORA NO ALTO DA PEDREIRA)
Onde o banho de abô pra purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaçá, ebô e ladainha
ONÍ SÁÀ WÚRE! AWURE AWURE!
QUEM GOVERNA ESSE TERREIRO OSTENTA SEU ADÊ
IJEXÁ AO PAI DE TODOS OS ORIS
RUFAM ATABAQUES DA IMPERATRIZ
SAMBA 13
AUTORES: GABRIEL COELHO, MOISÉS SANTIAGO, LUIZ BRINQUINHO, CHICÃO, MIGUEL DIBO E ORLANDO AMBROSIO.
INTÉRPRETES: IGOR SORRISO, WANTUIR E CHICÃO.
BATE OPAXORÔ NO CHÃO
O CORTEJO DE IFON VEM SAUDAR O PAI MAIOR
ONI SAWRE AGÔ! ONI SAWRE BABÁ!
PRESSÁGIO DE BABALAÔ AO GRANDE ERIN
NA SAGA AO REI DE OYÓ, QUARTO ALAFIN
JOGO FEITO DE ODU NA CABAÇA OPOM IFÁ
ANTE A SORTE ERA EXU, VENDO A FOME EM SEU PADÊ
O CAMINHO QUE DÁ VIDA, DÁ A MORTE AO GARGALHAR
É BOCA QUE TUDO COME
É OLHO QUE TUDO VÊ
Ê ORIXALÁ, FILHO DE OLORUM
BRANCO É SEU ALÁ, PRECEITO: OSÉ DUDU!
RESPEITO AOS SEUS RITUAIS
VELHO ENVERGA, MAS NÃO QUEBRA
É O PAI DOS ORIXÁS
O COURO MARCADO, A VESTE TINGIDA
TEM SAL E SUOR NESSA PELE RETINTA
ENSINA A QUEM PREGA UM FARDO DE DOR
QUIZILA NÃO PEGA ONDE VIVE O AMOR
ÔÔ OBÁ…
A CELA DO REINO SE FAZ MALDIÇÃO
MAZELA A RAZÃO NAS RUÍNAS DA LEI
ATÉ ONDE SEI A JUSTIÇA É XANGÔ
É GANGA Ô! Ê GANGA KAÔ!
MEU SAMBA ATIÇA OMI NA CACHOEIRA
O POVO LAVA ALMA QUARTA-FEIRA, NAS ÁGUAS DE OXALÁ
EGBE! TRAZ O ACAÇA
CHAMA IABASSÊ, GIRAM IABÁS
(XIRÊ! XIRÊ!)
XIRÊ! GUARDA MEU IBÁ
NOSSA COROA TEM QUE RESPEITAR!
O ILÊ IMPERATRIZ TRAZ UM BANHO DE ABÔ
EMORIÔ! EMORIÔ!
AFOXÉ TEM AXÉ PRA PURIFICAR
E QUEM DEVE QUE SE ENTENDA COM O CAJADO DE OXALÁ!