Vários incêndios de grandes proporções têm devastado unidades de conservação em Minas Gerais nos últimos dias, afetando milhares de hectares. No Parque Nacional da Serra do Cipó, localizado em Santana do Riacho, a cerca de 120 km de Belo Horizonte, o fogo começou no domingo (28) e já destruiu mais de 6 mil hectares, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Deste total, 5.879 hectares foram queimados na Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira, 478 hectares no próprio Parque Nacional da Serra do Cipó, e 49 hectares onde o incêndio se propagou da APA em direção ao parque.
Brigadistas do ICMBio, voluntários e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMG) conseguiram controlar as chamas na noite de terça-feira (20). No momento, as equipes estão focadas no monitoramento, extinção de pequenos focos e vigilância, pois ainda há áreas com alto risco de reignição. A operação envolve 51 brigadistas, com apoio de dois aviões air-tractor e um helicóptero, fornecidos pela força-tarefa Previncêndio.
Os incêndios foram inicialmente detectados próximo ao km 120 da Rodovia MG-010 e se alastraram rapidamente pela Serra do Espinhaço, atingindo diversas unidades de conservação geridas pelo Núcleo de Gestão Integrada Cipó-Pedreira, incluindo a APA Morro da Pedreira e o Parque Nacional da Serra do Cipó.
Em comunicado nas redes sociais, o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que, até o momento, não há necessidade de evacuação nas áreas próximas ao incêndio, mas alertou para a importância de seguir as orientações dos bombeiros e, em caso de emergência, acionar o número 193.
Por questões de segurança, o ICMBio fechou todas as portarias do Parque Nacional da Serra do Cipó, suspendendo a visitação ao local para concentrar esforços no combate ao fogo. O instituto destacou que o período de estiagem, marcado por altas temperaturas e baixa umidade, contribui para a rápida propagação das chamas, e o uso de fogo nessa época do ano é estritamente proibido. A Polícia Civil está investigando as causas do incêndio, com suspeitas de que tenha sido provocado por ação humana.
Enquanto isso, na Serra da Moeda, as operações de combate ao fogo estão no terceiro dia consecutivo. Equipes realizaram inspeções na região e enfrentaram focos de incêndio próximos a residências, contando com a participação de mais de 30 pessoas, entre militares e brigadistas, além de um avião utilizado para conter as chamas.
Outro incêndio de grande magnitude está sendo combatido no Parque Estadual Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata. Desde domingo (18), o Corpo de Bombeiros de Viçosa tem enfrentado o fogo que avança em direção ao parque. Um posto de comando foi instalado no município de Araponga, mobilizando 35 pessoas, incluindo bombeiros e policiais. As operações enfrentam dificuldades devido aos fortes ventos, altas temperaturas e a topografia desafiadora do terreno, com o transporte das equipes sendo realizado por aeronaves.