Após cinco anos de tentativas judiciais do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o Tribunal de Justiça do Estado (TJRJ) determinou nesta quarta-feira (15) a interdição do camelódromo da Uruguaiana, localizado no centro do Rio de Janeiro, por um período de 30 dias. A decisão, assinada pelo juiz Daniel Calafate Brito, exige que o local passe por adequações para cumprir normas de prevenção e controle de incêndios.
O incêndio que ocorreu no último domingo (12) foi o estopim para a nova petição apresentada pelo MPRJ, apontando irregularidades pendentes desde 2020. Segundo o Corpo de Bombeiros, partes do camelódromo já estavam impedidas de funcionar por questões de segurança. A nova determinação impõe multa diária de R$ 50 mil às associações de comerciantes (ACAC-RJ e AMPU) em caso de descumprimento, destacando que ambas negligenciaram as exigências legais.
Embora o incidente não tenha causado vítimas, mobilizou mais de 60 bombeiros de dez quartéis e interrompeu temporariamente o trânsito e o fornecimento de energia na região. Imagens do incêndio circularam amplamente nas redes sociais, exibindo chamas e fumaça visíveis de diversos pontos da cidade. O cruzamento das ruas dos Andradas e Senhor dos Passos, próximo à estação de metrô Uruguaiana, foi uma das áreas mais afetadas.
Reformas Prometidas e Impacto no Comércio
O prefeito Eduardo Paes, que esteve no local no domingo, comprometeu-se a apoiar os comerciantes prejudicados e anunciou um plano para reformar o camelódromo. Ele citou a recuperação do Mercadão de Madureira como modelo, transformando o espaço em um centro de comércio mais organizado e seguro. “Vamos reconstruir e fazer isso de maneira mais estruturada, com qualidade superior. O Mercadão de Madureira é um exemplo a ser seguido”, afirmou o prefeito.
Enquanto as investigações sobre as causas do incêndio prosseguem sob responsabilidade da Polícia Civil, lojistas e clientes aguardam uma solução que equilibre segurança e continuidade do comércio popular no coração da capital fluminense.