Durante a cúpula Nutrition for Growth (N4G), realizada em Paris, líderes internacionais destacaram a urgência de investimentos massivos para erradicar a fome e garantir o acesso à alimentação adequada em todo o mundo. O primeiro-ministro francês, François Bayrou, alertou que o planeta está longe de atingir o objetivo de fome zero até 2030, estabelecido pela ONU.
“Estamos atrasados e isso exige uma reação imediata e coordenada”, afirmou Bayrou, reforçando a necessidade de um esforço global duradouro para transformar os sistemas alimentares.
Compromisso Global e Responsabilidade Política
O rei de Lesoto, Letsie III, destacou que o combate à fome vai além de uma questão econômica, sendo também um desafio moral e político. Ele cobrou um posicionamento mais firme dos líderes mundiais:
“A desnutrição não é inevitável. Vamos investir no futuro de milhões de crianças ou ignorar essa realidade, mesmo conhecendo o custo da inação?”, questionou.
Em um vídeo transmitido na abertura do evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reforçou que a luta contra a fome precisa de uma mobilização política e financeira inédita.
“Erradicar a fome não é uma utopia, é uma escolha que depende do nosso comprometimento”, declarou Guterres.
Janja Lula da Silva Defende Cooperação Global
Representando o Brasil, a primeira-dama Janja Lula da Silva ressaltou que os impactos da fome não são iguais para todas as populações, afetando de forma mais severa mulheres, crianças, indígenas e moradores de áreas periféricas e zonas de conflito.

Ela destacou o papel da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada pelo governo brasileiro durante a cúpula do G20 em 2024, que já conta com 170 adesões e terá um novo encontro em maio deste ano, no Brasil.
“Ainda temos muito a fazer e com urgência. Todos nós temos a responsabilidade de contribuir para garantir o direito humano à alimentação. Apenas juntos podemos construir um mundo mais justo, solidário e sustentável, um mundo com menos armas e mais alimentos”, afirmou Janja.
O evento reforçou que, sem ações concretas e investimentos robustos, a meta de erradicação da fome até 2030 pode se tornar inalcançável. O desafio agora é transformar os compromissos assumidos na cúpula em políticas públicas eficazes, ampliando o acesso à alimentação e promovendo a segurança alimentar em escala global.