O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita ao Cairo, afirmou nesta quinta-feira (15) que os membros do Conselho de Segurança da ONU devem ser promotores da paz, não instigadores de conflitos. Lula reiterou a necessidade de reformas na governança global, destacando a inadequação do modelo atual criado após a Segunda Guerra Mundial.
Defendendo uma representação mais equitativa de países emergentes, especialmente da África e América Latina, no Conselho de Segurança, Lula criticou o atual formato, no qual apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido têm poder de veto. Ele enfatizou que mudanças são essenciais para evitar a repetição de guerras não autorizadas pelo Conselho, citando exemplos como a invasão ao Iraque e a ação na Ucrânia pela Rússia.
Sobre o conflito recente entre Israel e o grupo palestino Hamas, Lula expressou sua preocupação com a falta de poder da ONU para evitar tais guerras. Ele destacou que o Brasil condenou o ataque do Hamas a Israel, classificando-o como terrorista, mas também criticou as ações de Israel, especialmente os impactos sobre civis, defendendo um cessar-fogo imediato e a criação de um Estado Palestino.
O presidente brasileiro ressaltou que Israel tem a “primazia de não cumprir” as decisões da ONU, questionando a eficácia da organização em antecipar conflitos. Ele reiterou o compromisso do Brasil em buscar mudanças nos órgãos de governança global e agradeceu ao presidente egípcio por colaborar na retirada de brasileiros da Faixa de Gaza.
Lula está em uma missão que inclui reuniões com líderes egípcios e participação na Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana na Etiópia, onde discutirá questões de governança internacional. O presidente brasileiro busca promover debates sobre o papel das instâncias internacionais e enfatiza a importância de uma representação mais justa no cenário global.