Em seu discurso na 37ª Cúpula da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a necessidade de iniciativas globais para a proteção das florestas tropicais. Durante sua vigésima primeira visita ao continente africano, Lula propôs a criação de uma rede de satélites para monitorar o desmatamento e a recuperação de áreas degradadas, destacando o compromisso do Brasil em promover uma governança multilateral e efetiva.
Lula reiterou a importância de parcerias estratégicas, enfocando a promoção da soberania em saúde, o combate à fome e a abordagem de doenças tropicais negligenciadas. Ele expressou preocupação com o acesso desigual a medicamentos durante a pandemia de covid-19 e instou a ampliação do acesso a vacinas para evitar um “apartheid” farmacêutico.
“A luta africana tem muito em comum com os desafios do Brasil. Nós, africanos e brasileiros, precisamos traçar nossos próprios caminhos na ordem internacional que surge. Precisamos criar uma nova governança global, capaz de enfrentar os desafios do nosso tempo”, afirmou o presidente.
Lula reconheceu a importância da União Africana como membro pleno do G20, mas defendeu a inclusão de mais países africanos. Ele expressou o compromisso do Brasil em colaborar com a África em diversas áreas, incluindo educação, saúde, meio ambiente e ciência e tecnologia. O presidente anunciou planos para fortalecer o intercâmbio de estudantes africanos em instituições de ensino superior brasileiras e ampliar a cooperação em pesquisa agrícola e saúde.
“O Brasil quer crescer junto com a África, mas sem ditar caminhos a ninguém.”
Ao abordar as crises internacionais, Lula reiterou sua posição em favor de uma solução duradoura para o conflito Israel-Palestina, destacando a importância do avanço na criação de um Estado palestino reconhecido pela ONU. Ele também ressaltou a necessidade de reformas na ONU para garantir uma representação mais equitativa, incluindo países da África e América Latina no Conselho de Segurança.
“Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses e demandar a liberação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel”, afirmou Lula.
“A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado palestino, reconhecido como membro pleno das Nações Unidas.”